Nove milhões de pessoas ainda não retornaram aos postos para tomar a primeira dose de reforço da vacina em todo o estado.
Nove milhões de pessoas ainda não tomaram a primeira dose de reforço da vacina contra Covid em São Paulo. E as internações por causa da doença aumentaram mais de 60% no estado.
A sala por onde passavam até 400 pessoas por dia, no auge da pandemia, hoje não recebe mais do que 30. O movimento tão baixo preocupa.
No estado de São Paulo, nove milhões de pessoas, que já deveriam ter tomado a primeira dose de reforço, ainda não procuraram os postos de vacinação. E sete milhões que já poderiam ter completado o esquema vacinal seguem com a última dose pendente.
A advogada Márcia Aurora Curcio só tomou o primeiro reforço. “Eu tive Covid três vezes esse ano e não consegui tempo hábil para tomar a vacina”, explica.
A demora na busca pela dose de reforço, o surgimento de uma nova subvariante do vírus, o relaxamento no uso de máscaras e até a temperatura mais baixa em várias regiões do país – com ambientes fechados e menor circulação de ar – vêm contribuindo para o aumento do número de casos da doença.
No estado de São Paulo, as internações em enfermarias subiram 64% nas últimas duas semanas. Nas UTIs, o aumento foi ainda maior: 67%.
O infectologista Álvaro Costa lembra que o efeito das vacinas diminui com o passar do tempo.
“A imunidade que a gente tem com a vacina cai com os meses. Então, pegar a carteirinha, olhar quando foi a última dose, quantas doses você tem e se realmente já se passaram 4 meses e você não fez o esquema completo, é fundamental na prevenção do ponto de vista individual e do ponto de vista populacional”, explica Álvaro.
O virologista Renato Santana, diz que ainda é cedo para dizer se a nova subvariante, chamada de BQ1, é mais contagiosa. A boa notícia é que a vacina continua sendo eficaz contra os casos graves.
“O que todos os nossos dados demonstram é que a vacina, quando tomada – mais ou menos com intervalos de 6 meses – também protege de casos mais graves, mesmo com a variante BQ1”, esclarece o virologista.
O cozinheiro William de Oliveira só se deu conta de que precisava tomar a segunda dose de reforço depois que o dono do restaurante onde trabalha pediu o comprovante de vacinação.
“Não lembrava o mês que tinha tomado a terceira. Aí, como o restaurante pediu, quando eu fui ver, já estava na hora de tomar a quarta dose”, conta o cozinheiro.
Fonte: Jornal Nacional