Os primeiros resultados da avaliação de mais de 2,3 mil exames sorológicos coletados para o estudo PaqueTá Vacinada, indicam que 21% das crianças e adolescentes da ilha apresentam anticorpos contra a covid-19, por terem sido expostos ao coronavírus. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS), antes da primeira dose do projeto ser aplicada nos voluntários, 40% dos adultos não vacinados e 90% dos vacinados previamente à pesquisa testaram positivo para a presença dos anticorpos.
A análise faz parte do estudo da secretaria com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que avalia os efeitos da imunização em larga escala, realizada no dia 20 de junho na população residente, com a cobertura vacinal total da população alvo acima de 18 anos de idade. A pesquisa faz o monitoramento epidemiológico da população da Ilha de Paquetá, um bairro da cidade do Rio de Janeiro, no nordeste da Baía de Guanabara.
Os pesquisadores querem identificar qual é a segurança do imunizante e como a vacinação em massa atua na proteção das pessoas que não foram vacinadas, como é o caso das crianças e adolescentes. Vai ser analisado ainda se a primeira dose da vacina será capaz de evitar a transmissão dos casos na região ou se isso só acontece efetivamente após a aplicação da segunda dose.
Paquetá tem uma população de 4.180 moradores, dos quais 3.530 são maiores de 18 anos de idade cadastrados na Estratégia Saúde da Família. Receberam os imunizantes quem ainda não tinha sido vacinado, e não foi permitida a participação de turistas. Antes da vacinação do dia 20, os moradores passaram por exame de sangue sorológico, que será repetido ao longo da pesquisa.
O secretário de Saúde, Daniel Soranz, informou que a vacinação no bairro atingiu 96% da população, incluindo os que foram imunizados pelo projeto. “Das pessoas que colheram sangue, 21% delas que têm mais de 18 anos, das crianças e adolescentes já tinham tido contato com covid, então a gente já sabe que 21% das pessoas de Paquetá já tinham tido contato com covid. Dos adultos que não se vacinaram, 40% deles já tinham tido contato, tiveram o exame sorológico também positivo, com sua prevalência de 40%. Das pessoas que tomaram a primeira e segunda dose, 90% delas tinham soro conversão para covid, o que mostra uma proteção bastante alta das pessoas que já tinham sido vacinadas”, explicou.
“Agora a gente entra em uma nova fase, que é a vacinação dos adolescentes de Paquetá. Posterior a ela, a segunda fase com a aplicação da segunda dose da população de Paquetá”, disse.
Serrana
Uma pesquisa semelhante foi desenvolvida na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, e demonstrou efeitos positivos de uma campanha de vacinação em massa. O município de 45 mil habitantes começou a apresentar redução significativa na identificação de novos casos de covid-19 e óbitos relacionados à doença, após atingir 75% da população vacinada.