Governo teme que pedido de prisão da vice impeça recuperação econômica após troca de ministro; vice-presidente se defende e afirma que alvo dos promotores é o peronismo
Por Janaína Figueiredo — Buenos Aires
Com 80% de desaprovação popular, de acordo com a última pesquisa divulgada pela Universidade de San Andrés, o governo do presidente argentino, Alberto Fernández, e de sua vice-presidente, Cristina Kirchner, vive uma tempestade perfeita. Como se não bastasse a crise econômica, financeira, social e política, a Casa Rosada enfrenta, agora, um novo problema: o cerco judicial à vice-presidente, para quem o Ministério Público pediu 12 anos de prisão na última segunda-feira, por suposta participação numa associação ilícita que favoreceu empresas amigas em concessões de obras públicas entre 2003 e 2015.
Quando o novo ministro da Economia, Sérgio Massa, pretendia sair ao mundo para buscar financiamento para a Argentina — cujas reservas internacionais estão praticamente zeradas —, o anúncio feito pelo promotor Diego Luciani, novo inimigo público de Cristina, provocou verdadeira tsunami política. Não se fala em outra coisa na Argentina, seja numa conversa de café, na fila do supermercado ou num táxi.
A vice-presidente não tirou o protagonismo da inflação, a maior dor de cabeça dos argentinos atualmente, mas passou a ocupar o mesmo espaço na agenda e no debate públicos. A Argentina tem hoje um presidente que muitos já definem como decorativo, e uma vice-presidente que foi acusada de ter “construído uma das matrizes de corrupção mais extraordinárias já desenvolvidas no país” — palavras de Luciani que viralizaram na internet.
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Fonte: O Globo