“Uma cidade de beleza rara, braços abertos sobre a Guanabara, pedra sabão, o coração Carrara, que bate forte numa noite clara.” Esses são os primeiros versos da canção Alma Carioca, Cristo Redentor, do músico e compositor Moacyr Luz, em homenagem aos 90 anos do monumento do Cristo Redentor, que serão completados em 12 de outubro.
Lançamento da União Brasileira de Compositores (UBC), em parceria com a Sony Music e o Santuário do Cristo Redentor, a música já está disponível a partir de hoje (27) em todas as plataformas digitais e é cantada por um time de artistas que inclui Zeca Pagodinho, Maria Rita, Diogo Nogueira, Mart’nália, Fagner, Paula Toller, Xande de Pilares, Fernanda Abreu, Padre Omar, Sandra de Sá, Jorge Aragão, Toni Garrido, Moacyr Luz e Bruno Gouveia.
O diretor executivo da entidade, Marcelo Castello Branco, disse à Agência Brasil que a ideia foi trazida por Adriano de Martini, que manifestou interesse da Arquidiocese do Rio de Janeiro em ter uma canção para comemorar os 90 anos do monumento símbolo do Rio de Janeiro e do Brasil.
“Como a União é a casa do compositor, pensei que a gente podia buscar um compositor para fazer essa música. Tive sorte. O primeiro nome que me veio à cabeça foi o de Moacyr Luz. Quando ouviu a história, ele entendeu tudo muito rápido. Na verdade, ele entregou a música 24 horas depois, parecendo um clássico”. Castello Branco destacou que Moacyr Luz é carioca nato e tem uma convivência diária com o Cristo Redentor. “Ele já sabia o que queria dizer”.
Motivo para compor
A partir daí, começou-se a montar a produção. “Organizou-se um cast (elenco) e os artistas foram se juntando de maneira generosa para colocar voz no estúdio. Seguimos todos os protocolos. Mas foi uma festa de reencontro de parceiros da música, que não se encontravam há algum tempo, por conta da pandemia”, disse o diretor executivo da UBC. Castello Branco informou ainda que a música em homenagem ao Cristo Redentor é a primeira iniciativa da celebração dos 80 anos da entidade, em 2022.
Falando à Agência Brasil, Moacyr Luz confessou que levou menos tempo ainda para compor a canção. “Fiz em umas três horas. Faço isso sempre. Como sou compositor, eu gosto de ter motivo para compor. Quando ele (Castello Branco) me falou do Cristo Redentor, eu achei fabuloso, porque é uma imagem que acompanha a gente o dia inteiro. É uma das coisas mais importantes do Rio de Janeiro. Foi fácil de fazer”.
Luz destacou que a preocupação dele era “não intelectualizar a história, mas que as pessoas se sentissem felizes em cantar, aliviadas de tudo que estamos passando. O objetivo é trazer esperança para o Rio de Janeiro, porque o Cristo Redentor olha a cidade inteira. É o cartão postal da letra (da canção)”. Ele disse que todos os artistas que participaram da homenagem estão “aprovadíssimos”.
Afeto e alegria
Para o presidente da Sony Music Brasil, Paulo Junqueiro, “o monumento mais icônico do Rio de Janeiro e um dos grandes cartões postais do Brasil, conhecido em todo o mundo, merece uma canção que celebre seus 90 anos com afeto e alegria. Que esta música transmita a alma carioca e a importância do Cristo Redentor para todos”, manifestou.
O reitor do Santuário Cristo Redentor, padre Omar Raposo, destacou que, como símbolo nacional, o Cristo Redentor “é capaz de integrar todas as perspectivas artísticas, fazendo com que, de fato, a experiência de nossa brasilidade possa ser evidenciada a partir desses braços abertos. O Santuário Cristo Redentor é um lugar de profunda espiritualidade e de encontro da realidade turística, cultural e ambiental, uma perfeita integração que faz de nós, povo brasileiro, essa linda nação, esse grande altar para o Redentor poder estender a sua solidariedade, o seu amor. Por isso, essa música traz todos os valores presentes em nossa cidade e, ao mesmo tempo, esse monumento, que, mais do que nunca, é símbolo do Brasil, comunica tanta fé e esperança para o povo brasileiro e o mundo inteiro.”
Além da canção, a celebração musical ao Redentor ganhou um videoclipe, dirigido por Adriano de Martini. A música foi gravada por Julio Teixeira, responsável pelo arranjo, piano e teclados; Marco Vasconcellos, na guitarra e violão; André Vasconcellos, no baixo; Milton Guedes, flautas e gaita solo; Cezinha, na bateria e percussão; Waltis Zacarias e Jaguara, percussões; coro formado por Jussara Lourenço, Jurema de Candia, Marcio Lott e Marcello Furtado; e Genilson Barbosa, arregimentação musical. Produção e direção musical são de Max Pierre.