Di María e Messi vive clima de despedida em jogo decisivo na Copa do Mundo

O meia-atacante culpou o Real Madrid por não disputar a Copa do Mundo no Brasil e agora, enquanto não é titular, vive a expectativa de jogar contra a França e buscar um hat-trick.

A última final da Copa do Mundo na Argentina foi definida pelo meia-atacante Ángel Di María como “o dia mais difícil de sua vida”.

Vice em 2014 sem entrar em campo, o meia-atacante não tem presença garantida na decisão das 12h deste domingo contra a França – costuma começar no banco. Mas a busca da Argentina pelo tricampeonato pode significar curar a ferida e se despedir dele e de seu amigo Messi da Copa do Mundo.

Aos 34 anos, Di María já avisou que a Copa do Mundo no Catar será a última para a Argentina. Messi, de 35 anos, declarou que a decisão será sua última partida na Copa do Mundo.

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Di María durante treino da Argentina — Foto: Molly Darlington/Reuters

Esses dois foram jogadores importantes no time capitaneado por Lionel Scaloni neste ciclo da Copa do Mundo. No entanto, Di María jogou apenas oito minutos na fase eliminatória devido a problemas físicos. Já está recuperado e vem treinando com o grupo nos últimos dias, mas dificilmente será titular na final.

Na Copa do Mundo de 2014 contra a Alemanha, Di María também chegou a uma decisão com problemas. Ele teve uma lesão na coxa, mas estava disposto a tomar injeções para jogar e se sentiu apto o suficiente para entrar em campo com a medicação.

Mas Di María não saiu do banco na derrota por 1 a 0 na decisão contra os alemães. Anos depois, ele disse que foi proibido de jogar horas antes pelo Real Madrid, seu time na época, e que estava em negociações com o Manchester United.

– Daniel Martínez (médico da Argentina) chegou com um envelope do Real Madrid. Ele disse que eles disseram que eu não poderia jogar. Eles me forçaram a não jogar, disse ele em sua reportagem ao “The Players Tribune” em 2018.

– Todo mundo ouviu os rumores de que o Real queria contratar James Rodriguez depois da Copa do Mundo e eu sabia que eles iriam me trocar para abrir espaço. Então eles não queriam que seu jogador se machucasse antes de vendê-lo. (…) Pedi ao Daniel que me desse a carta. Eu nem abri. Eu apenas rasguei em pedaços e disse que vou decidir – acrescentou.

Dí Maria lesionado durante Argentina x Bélgica na Copa do Mundo de 2014 — Foto: AP

Embora estivesse disposto a comprar a partida contra o Real Madrid, Di María disse que foi falar com o então técnico da Argentina, Alejandro Sabella, e deixou o técnico livre para escolher com quem jogaria.

O meia-atacante entendeu que se dissesse que queria jogar, o técnico se sentiria pressionado a utilizá-lo. Depois de uma entrevista em que Di María até chorou, Sabella decidiu jogar com Enzo Pérez. Antes do jogo e no intervalo, ainda levou infiltrações para ser convocado, mas nem saiu do banco.

Ele se tornou o herói contra o Brasil em três finais

A final da Copa do Mundo foi a primeira de três em que Di María não jogou. Ele também lutou na Copa América de 2015 e 2016, com a Argentina perdendo para o Chile.

Depois de conquistar o ouro olímpico com Messi em 2008, parecia que a história dos dois terminaria sem mais sucessos na seleção. Até o ano passado.

Di María marcou um gol na final da Copa América de 2021 na vitória da Argentina por 1 a 0 sobre o Brasil, país anfitrião daquela edição. O herói conquistador, disse ter recebido apoio do amigo Messi:

– Inesquecível. Ele me agradeceu, eu agradeci a ele. Ele disse que é minha final antes da partida, vingança porque não pude jogar a final contra o Chile e a Copa do Mundo aqui (no Brasil).

Di Maria toca por cima de Ederson e marca para a Argentina contra o Brasil — Foto: Divulgação/Conmebol

Relação e parceria com Messi em campo

Além de ganhar a medalha de ouro, a oportunidade de participar das Olimpíadas de Pequim 2008 foi a chance de Di María trabalhar com Messi, a quem classifica como “um alienígena, um gênio”. Em 2018, antes da Copa da Rússia, definiu o amigo da seguinte forma:

– Messi já é o melhor de todos os tempos. Uma vitória na Copa do Mundo confirmaria isso, mas ele já é o melhor.
A Argentina perdeu nas oitavas de final da última Copa do Mundo para a França, adversária do Catar na final. Na atual edição, o camisa 10 tem se tornado um grande nome em sua seleção e é um dos artilheiros da competição, empatado com Mbappé com cinco gols cada.

Di María e Messi nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008 — Foto: Photogamma/Getty Images

A parceria de 14 anos entre Messi e Di Maria na Argentina também teve seu capítulo no Paris Saint-Germain, até o final da temporada passada, quando o meia-atacante foi para a Juventus.

– Foi um prazer compartilhar isso com vocês no ano passado em Paris. A gente se conhece há muito tempo, mas não é a mesma coisa se ver tanto no dia a dia. Só confirmou o que eu já sabia, que ele é uma ótima pessoa, você e sua família – diz parte do texto que Messi escreveu para se despedir de Di Maria.


Os dois almejam o maior sucesso de suas carreiras neste domingo. A final da Copa do Mundo está marcada para as 12h (horário de Brasília), no Estádio Lusail, e será transmitida pela TV Globo, sportv, Globoplay e ge.

Fonte: GE