RIO — A delegada Giselle do Espírito Santo, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, vai intimar o vereador do Rio, ex-policial e youtuber Gabriel Luiz Monteiro de Oliveira (sem partido), de 27 anos, nas próximas horas. Ele vai depor no inquérito, aberto neste domingo, em que é investigado por assédio sexual de uma ex-assessora de 26 anos. Como vereadores não têm foro privilegiado, ele pode responder processo em primeira instância.
— Eu vou intimá-lo, nas próximas horas, para ele explicar o que aconteceu. Ele não tem foro privilegiado. É um crime grave e temos que apurar todos os detalhes. Sempre temos que escutar com toda a atenção a vítima — afirmou Giselle Espírito Santo ao EXTRA nesta segunda-feira.
Luiza Caroline Bezerra Batista trabalhava para os canais do vereador na internet e afirma que algumas situações inconvenientes estão registradas nos vídeos em que ela ajudava a gravar.
“Ele me abraçava assim por trás, ‘te amo’ e não sei o que, ‘você é minha amiga’. Beijava o meu rosto, saía de pênis ereto e ia mostrar para o segurança”, relatou a mulher ao Fantástico, da TV Globo, deste domingo. “Uma vez, foi no carro que ele começou pedindo para fazer massagem no meu pé. Puxou meu pé e fez massagem. Eu tentava tirar o pé e ele segurava. Aí foi começando a passar a mão nas minhas pernas. Foi para o banco de trás e começou a me agarrar, me morder, me lamber”, disse a ex-assessora, que completou:
“Dá pra ver que ele chegava a passar (a mão). Eu falava: Gabriel, não gosto de gravar esses vídeos, você sabe. E toda vez ele ficava descendo a mão. Cansou de passar a mão na minha bunda. E eu segurando a mão dele. Pedindo e pedindo”.
Após sete meses de trabalho para o vereador, ela acabou procurando um psiquiatra e entrando com um atestado médico.
“Eu queria tirar minha própria vida, porque eu me sentia culpada. Será que estou usando alguma roupa que está causando isso? Será que a culpa é minha de alguma forma? Aí eu começava a pedir a deus para me levar”.
Além do assédio sexual, Gabriel Monteiro está sendo acusado por uma segunda mulher em prática de estupro. À TV Globo, a afirmou que consentiu o início das relações sexual com político. Entretanto, no meio da relação, o ato evoluiu para um abuso sexual, porque ela diz que pediu para que ele parasse.
“Teve um momento que ele usou força. Me segurou e foi com tudo. Me deixou sem saída. Eu pedindo para ele parar, ele não respeitou o momento em que eu pedi para ele parar. E ele rindo, ‘é uma brincadeira. Não leva a sério, não. Não fica chateada’”. Questionada se ela se sentiu abusada. Ela respondeu que sim: “Super abusada. Ele me machucou, agiu com agressão e força física”.
O EXTRA tentou contato com o vereador através de seu gabinete, mas ainda não obteve resposta.
Fonte: Jornal Extra Rio