Por Tati Caetano
Os empresários sabem a importância de uma boa gestão financeira para que as decisões sejam sempre tomadas com a segurança necessária. Escolhas assertivas são aquelas em que o problema é encarado com coragem e consideração, ou seja, no caso das finanças, se estiverem equilibradas, o empresário tem boa parte das condições ideais para considerar o problema e escolher a dose de prudência e de coragem para resolvê-lo.
Não há dúvidas de que, embora os envolvidos na gestão estejam cientes da importância dos processos financeiros e do quanto eles são críticos para a sobrevivência das empresas, nem todos têm consciência de quais são esses processos, se são executados ou, até mesmo, como isso acontece.
Por que levar muito a sério a gestão financeira
Não é desconhecido o fato de que o alto índice de mortalidade dos negócios, no Brasil, é um problema sério. Em 2020, o SEBRAE detectou, por meio da pesquisa “Sebrae: pequenos negócios têm maior taxa de mortalidade” (Agência Brasil), que a taxa de mortalidade das empresas de pequeno porte está em 17%, a das micro empresas em 21,6% e a dos microempreendedores individuais (MEI) está em preocupantes 29%.
Certamente a instabilidade do mercado, em virtude da pandemia, impactou muito as empresas, em especial as de pequeno porte, chegando aos 40%. No entanto, a maior parte permanece alegando motivos já imagináveis: baixo volume de vendas, falta de clientes e, principalmente, falta de capital de giro.
A falta do capital de giro é uma questão determinante para a sobrevivência dos negócios, mas antes de correr em busca de financiamento para solucionar esse entrave, é preciso conhecer, em detalhes, como está a saúde financeira da empresa. De que forma, portanto, é possível obter essa informação? Aqueles que responderam “executando, com segurança, os processos de gestão financeira”, estão de parabéns. Sendo assim, é preciso conhecer cada um dos processos típicos de gestão financeira. Vamos a alguns deles:
Faturamento – Talvez o mais básico, nas finanças, seja conhecer o faturamento ou, em outras palavras, saber quanto entrou de dinheiro. Gerencialmente, é esse processo que controla as vendas, emite e confere as notas fiscais e, com base nele, permite contratar a logística, controlar o estoque e gerenciar as contas a pagar e a receber.
Contas a pagar – Também básico, é necessário ter “na ponta da escrita” os pagamentos assumidos, fornecedores e datas de vencimento. Essa relação também é um recurso para a gestão do fluxo de caixa.
Contas a receber – Esse processo e o de contas a pagar estão conectados. Tudo o que é e deve ser recebido deve estar registrado, servindo como recurso para as decisões que serão tomadas ao se analisar o fluxo de caixa.
Fluxo de Caixa – A gestão do fluxo de caixa é o mapeamento e controle de contas a pagar e a receber. Por meio desse processo é possível apurar o saldo disponível e fazer uma análise, com projeções diárias, de forma que seja possível compreender quando e quanto usar do capital de giro. Ao projetar os recebimentos e pagamentos, o gestor tem condições de prever a saúde financeira do negócio e tomar as decisões antecipadamente.
Captação de Recursos – No momento em que o gestor identifica fraquezas financeiras ou alguma oportunidade de realização de novos negócios, é necessário buscar aportes financeiros para o caixa. Quanto maior a antecedência, maior a possibilidade de tomar boas decisões e, se necessário, realizar boas negociações.
Orçamento – A gestão orçamentária é aquela em que se estrutura um plano para melhorar a geração de receita e otimizar a despesa. Um orçamento consciente deve projetar cenários possíveis e analisar os resultados prováveis. A partir disso, um plano de execução deve ser desenvolvido, executado e monitorado.
Finanças e o sucesso do negócio
O empreendedor deve estar atento a esses e mais outros processos que impactam, diretamente, as decisões que envolvem as finanças da empresa. Por exemplo, administrar estoque e materiais, aplicar recursos financeiros excedentes, analisar capacidade de pagamento de clientes, gerir a inadimplência e traçar planos de recuperação de créditos perdidos ou em atraso, realizar relatórios de monitoramento e controle dos resultados cruzando os dados dos processos envolvidos.
Para quem começa a jornada como empreendedor, talvez possa parecer complexo, mas os empresários e analistas concordam que uma boa capacitação em negócios e a adoção de uma boa ferramenta de gestão financeira tornam mais segura, e até mesmo prazerosa, a atividade de gerir a empresa. Se é possível fazer isso e, assim, aumentar a riqueza e reinvestir o lucro, pode-se concluir que o sucesso do negócio passa, necessariamente, por uma boa gestão financeira.
Referências
Sebrae: pequenos negócios têm maior taxa de mortalidade