Eduardo Bolsonaro parte para cima de deputado do PT após discussão sobre facada: ‘Te enfio a mão na cara’; vídeo

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Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo estado de São Paulo, e Dionilso Marcon, deputado pelo Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul, se envolveram em uma discussão durante uma audiência na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados na quarta-feira, dia 19 de abril. A discussão começou quando Eduardo citou o atentado sofrido por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2018. Dionilso afirmou que a “facada foi fake”, insinuando que o atentado foi uma encenação. Eduardo reagiu e chamou Dionilso de “veado” e ameaçou enfiar a mão na cara do parlamentar do PT.

Eduardo Bolsonaro parte para cima de deputado do PT Reprodução

A atitude de Eduardo Bolsonaro gerou indignação e será objeto de uma representação junto ao Conselho de Ética da Câmara. Além disso, o comportamento exaltado e as constantes discussões durante audiências na Câmara vêm gerando incômodo mesmo entre os parlamentares de oposição.

Na semana anterior ao incidente, durante uma audiência na presença do Ministro da Justiça Flávio Dino, os deputados Zé Trovão (PL-SC) e Duarte Junior (PSB-MA) quase chegaram às vias de fato e precisaram ser contidos por policiais legislativos. Essas situações de bate-boca acalorado e xingamentos, que vêm se repetindo com frequência na Casa, foram classificadas pelo parlamentar e pastor Marco Feliciano (PL-SP) como uma “cena vergonhosa”.

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Em 2018, um atentado contra o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro marcou a campanha. Adélio Bispo de Oliveira desferiu uma facada durante um evento eleitoral em Juiz de Fora (MG), motivando uma série de teorias que incluíam desde ligações do criminoso com políticos adversários a conluios para que o crime fosse acobertado. No entanto, a Polícia Federal concluiu que Adélio agiu sozinho, após análise de imagens do dia, mensagens e quebra de sigilos telefônicos e bancários.

Em 2019, Adélio foi considerado inimputável devido a um transtorno delirante persistente e, portanto, não pôde ser punido pelo crime. Por ser considerado perigoso, ele foi afastado do convívio social e está internado em um presídio federal em Campo Grande (MS) para receber tratamento.

A Polícia Federal abriu dois inquéritos para apurar a facada contra Bolsonaro. Um em 2018, logo após o atentado, e outro que só foi concluído em maio de 2020. A segunda apuração foi iniciada por decisão do próprio presidente Bolsonaro, que afirmou ter provas de que outras pessoas estavam envolvidas no atentado.

No entanto, as investigações não encontraram qualquer elemento que indicasse a participação de mais pessoas no crime. Além disso, uma nova perícia realizada em julho de 2021 constatou que o transtorno delirante persiste em Adélio.

Por ser considerado perigoso, ele foi afastado do convívio social e está até hoje, quatro anos depois, internado em um presídio federal em Campo Grande (MS) para receber tratamento. Uma nova perícia realizada em julho deste ano constatou que o transtorno persiste.

Inquéritos

A PF abriu dois inquéritos para apurar a facada co

Segundo a PF, foram analisados 2 terabytes de imagens, incluindo mais de 150 horas de gravação de câmeras de segurança em Juiz de Fora ou feitas por pessoas que as pulicaram nas redes sociais. A apuração também checou 1.200 fotos do dia do atentado.

Além disso, a PF vasculhou mais de 250 gigabytes de informações em mídia, incluindo dados de celulares e computador, além de 600 documentos. Analisou ainda 6 mil comunicações de mensagens instantâneas, e periciou computadores da lan house que Adélio frequentava.

a Bolsonaro. Um em 2018, logo após o atentado, e outro que só foi concluído em maio de 2020. A segunda apuração foi iniciada por decisão da própria PF para assegurar que não houve a participação de terceiros, com um eventual mandante — hipótese descartada após as investigações.

Nos documentos que compõem as investigações, a polícia citou vários pontos para demonstrar que não houve participação de mais pessoas além de Adélio no crime.

Outro ponto destacado pela polícia foram as 40.508 mensagens nas contas de e-mail de Adélio a partir de 2016, que não mostraram qualquer indício de que houve a participação de outras pessoas no crime cometido por ele.

As mensagens do Facebook de Adélio também não revelaram indícios de participação de outras pessoas. A PF cruzou ainda informações nos celulares de Adélio e dados cadastrais de 16,2 milhões de pessoas filiadas a todos os partidos políticos

As quebras de sigilo bancário não revelaram aportes suspeitos, e o único valor na conta de Adélio que chegou a levantar alguma suspeita dos policiais era, na verdade, fruto de uma ação trabalhista movida por ele. Houve também 17 quebras de sigilo telefônico, das quais 12 de números diretamente relacionados a Adélio, mas nada apontou a participação de terceiros.

A PF também investigou quem pagou um curso de tiro que Adélio realizou em Santa Catarina meses antes do atentado. A conclusão foi que ele mesmo financiou a atividade.

Confissão

Em depoimento que prestou em agosto de 2019, o próprio Adelio disse que “nunca concordou com a tese de defesa de seu advogado, que alegou sua insanidade mental” e que “é réu confesso e gostaria de ter sido tratado como tal somente”.

A PF também periciou a faca usada por Adélio e constatou que “é dotada de lâmina afiada e ponta, sendo eficaz para causar feridas incisas e pérfuro-incisas, além de possuir cabo de plástico, eficaz para causar feridas contusas”. Estimou até mesmo seu valor de mercado: R$ 7.