Boulos e Marçal protagonizam embate, enquanto Nunes joga na retranca

Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) protagonizaram o embate mais firme do primeiro bloco do debate Folha/UOL, com trocas de farpas e uma clara disputa pela atenção do eleitorado. Marçal, conhecido por suas declarações polêmicas, optou por elevar o tom contra a esquerda, reforçando sua estratégia de atrair o voto conservador. Em suas falas, o influenciador insinuou questões pessoais sobre Boulos, mas sem apresentar provas ou detalhes.

A tática de Marçal foi clara: desestabilizar Boulos e se consolidar como o principal candidato da direita. No entanto, o ataque frontal não impediu que Boulos aproveitasse o embate para revidar. O candidato do PSOL não apenas se defendeu das acusações, mas também questionou a postura agressiva e destrutiva de Marçal, destacando os altos índices de rejeição que o influenciador acumulou ao longo da campanha.

Marçal ataca, mas acumula rejeição

Apesar de tentar se firmar como uma alternativa forte à esquerda, Marçal viu sua estratégia ter um efeito colateral. Seus ataques repetidos a Boulos acabaram alimentando sua imagem negativa entre parte do eleitorado, o que pode dificultar sua tentativa de chegar ao segundo turno. A insistência em temas sem comprovação e o tom exacerbado adotado no debate reforçaram sua rejeição.

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Enquanto isso, Boulos optou por focar em propostas, retomando temas como moradia e justiça social, pilares de sua campanha. A resposta moderada aos ataques de Marçal permitiu ao candidato do PSOL transmitir uma imagem de equilíbrio e foco no debate de ideias, evitando cair na armadilha da troca de insultos.

Nunes joga na defensiva

Do outro lado, Ricardo Nunes (MDB) seguiu uma estratégia mais cautelosa durante o debate. O atual prefeito de São Paulo preferiu adotar uma postura defensiva, especialmente quando confrontado sobre temas polêmicos, como a vacinação obrigatória contra a Covid-19. A tentativa de agradar tanto os eleitores bolsonaristas quanto os que apoiam medidas sanitárias eficazes mostrou certa hesitação por parte de Nunes.

A tática de retranca de Nunes, evitando embates diretos com Boulos ou Marçal, teve como objetivo conter danos e não se envolver nas polêmicas mais agressivas do debate. Contudo, sua postura foi vista como vacilante, principalmente ao justificar mudanças de posicionamento ao longo de seu mandato.

Impacto na reta final das eleições

O embate entre Boulos e Marçal marcou o tom do debate, deixando claro que a disputa pela atenção do eleitorado se intensifica conforme a eleição se aproxima. Enquanto Marçal tenta se consolidar como a única opção da direita, enfrentando uma rejeição crescente, Boulos aposta na construção de uma imagem equilibrada e focada em propostas. Nunes, por sua vez, tenta caminhar pela linha tênue entre agradar diferentes grupos de eleitores, mas sua postura defensiva pode não ser suficiente para manter a dianteira.

A reta final da campanha será crucial para definir quem conseguirá se destacar e garantir uma vaga no segundo turno, com Boulos, Marçal, e Nunes ajustando suas estratégias de olho nos últimos dias de disputa.