Laudo usado por Marçal contra Boulos é falso, confirma perícia da Polícia Civil

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Documento postado por Pablo Marçal nas redes sociais é alvo de investigação

Uma perícia realizada pela Polícia Técnico-Científica de São Paulo concluiu que o laudo apresentado por Pablo Marçal, candidato do PRTB, contra o também candidato Guilherme Boulos (PSOL) é falso. O documento, que supostamente indicava o uso de drogas por Boulos, foi postado por Marçal na noite de sexta-feira (4) em suas redes sociais e rapidamente viralizou. Entretanto, a assinatura atribuída ao médico responsável pelo laudo, José Roberto de Souza, foi confirmada como forjada. O médico em questão faleceu há dois anos.

Os peritos analisaram documentos autênticos com assinaturas do médico, incluindo passaporte e fichas de identificação civil. A análise detalhada comparou as assinaturas, levando à conclusão de que o documento compartilhado por Marçal não corresponde ao padrão gráfico do falecido médico. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que o relatório foi encaminhado à autoridade policial competente e que um inquérito foi aberto para investigar o caso.

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Detalhes do documento falso compartilhado nas redes

De acordo com a publicação de Pablo Marçal, o suposto laudo médico indicava que Boulos havia sido atendido em janeiro de 2021 por surto psicótico grave, apresentando sintomas como “delírio persecutório, ideias homicidas, confusão mental e agitação”. O documento ainda relatava um encaminhamento emergencial para um psiquiatra, com base em um suposto exame toxicológico que teria apontado o uso de cocaína.

No entanto, Guilherme Boulos reagiu rapidamente à publicação, afirmando que o documento era totalmente falso e que a divulgação da informação seria uma tentativa de calúnia. Boulos registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Crimes Cibernéticos de São Paulo e anunciou que acionaria judicialmente Marçal por difamação e falsificação de documentos.

Laudo da Polícia Civil aponta inconsistências na assinatura do documento apresentado por Marçal. Foto: Reprodução

Repercussão e medidas legais tomadas

A Justiça Eleitoral também agiu rapidamente em resposta à denúncia, determinando a suspensão do perfil no Instagram de Pablo Marçal já no sábado (5). A decisão visa impedir a disseminação de informações falsas durante o período eleitoral, protegendo a integridade dos candidatos e do processo democrático.

Além da atuação da Justiça Eleitoral, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o caso, com foco na disseminação de notícias falsas e o impacto dessas informações no cenário político. A divulgação de laudos médicos falsificados é considerada uma grave violação à legislação brasileira, e a punição pode incluir desde multas até prisão, dependendo da gravidade do crime.

A equipe de campanha de Guilherme Boulos destacou que esse tipo de ataque é uma tentativa desesperada de descredibilizar a candidatura do líder político. “Estamos confiantes de que a justiça será feita e que o responsável por essa falsificação pagará pelo crime cometido”, afirmou o porta-voz da campanha.

Impactos no cenário eleitoral e próximas etapas da investigação

Com a abertura de dois inquéritos – pela Polícia Civil e pela Polícia Federal –, o caso deve seguir para uma investigação aprofundada sobre as circunstâncias da falsificação e suas possíveis implicações eleitorais. Especialistas apontam que o uso de informações falsas em campanhas políticas é um fenômeno que vem crescendo, e que medidas mais rigorosas devem ser aplicadas para evitar a disseminação de fake news.

O episódio levanta questões sobre o impacto das redes sociais na formação de opinião pública e o risco que a desinformação pode representar para a democracia. Nos próximos dias, a Justiça Eleitoral deverá intensificar o monitoramento das publicações de candidatos nas plataformas digitais, visando garantir a transparência e lisura do processo.

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