PF investiga Marçal por postagem de laudo falso em ataque a Boulos

A Polícia Federal (PF) incluiu neste sábado (5) o caso do laudo médico forjado divulgado por Pablo Marçal (PRTB), que tenta associar o candidato Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de drogas, em um inquérito que investiga acusações contra os candidatos à Prefeitura de São Paulo. O documento falso circulou nas redes de Marçal durante a campanha e foi utilizado para difamar o adversário.

Investigação do laudo falso

O inquérito, instaurado em 17 de setembro, já apurava uma série de acusações contra Boulos. Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, o episódio do laudo médico falso foi anexado ao processo. “Já há investigação em curso. Essa nova representação foi juntada em inquérito aberto a partir de outra denúncia do candidato Guilherme Boulos, que foi acusado de ser usuário de drogas”, explicou Andrei Rodrigues ao UOL.

A PF informou que a investigação está sob responsabilidade da Delinst (Delegacia de Defesa Institucional), especializada em crimes eleitorais, na Superintendência da PF em São Paulo. Marçal vem sendo investigado por crimes contra a honra e calúnia durante a campanha eleitoral.

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Consequências eleitorais para Marçal

De acordo com fontes ouvidas pelo UOL, os crimes de difamação e calúnia cometidos por Marçal podem não gerar grandes consequências penais, pois as penas são consideradas “baixas”. Contudo, no campo eleitoral, a situação pode se agravar. O professor Fernando Neisser, da Fundação Getulio Vargas, destacou que Marçal corre o risco de ter seu mandato cassado e ser excluído da corrida eleitoral.

Além disso, a PF investiga se Marçal cometeu abuso de poder econômico, ao pagar eleitores por vídeos editados, os famosos “cortes”. A prática pode configurar crime eleitoral, aumentando ainda mais as implicações do caso.

Boulos pede prisão de Marçal

A situação de Marçal piorou após ele divulgar um prontuário médico falso que alegava o uso de cocaína e um surto psicótico grave por parte de Boulos. O documento, forjado, continha diversos erros, como um número de RG incorreto e a assinatura de um médico já falecido. O UOL confirmou que o médico responsável pelo documento, José Roberto de Souza, teve seu registro no CRM-SP cancelado em 2022, após sua morte.

Boulos reagiu imediatamente à postagem de Marçal, afirmando que o documento é falso e pedindo a prisão do responsável pela clínica mencionada por Marçal. “O dono da clínica é apoiador de Marçal e gravou um vídeo com ele”, disse Boulos, prometendo publicar o vídeo em suas redes sociais.

Justiça Eleitoral determina remoção de postagens

Após a divulgação do laudo forjado, a Justiça Eleitoral determinou que Marçal e outros perfis removam as postagens que divulgam o documento falso. Marçal, que já foi condenado anteriormente pela Justiça Eleitoral a apagar publicações associando Boulos ao uso de drogas, ainda não apresentou provas das acusações.

No último debate da TV Globo, Boulos apresentou um exame toxicológico realizado em 2 de outubro, com resultado negativo, reforçando que as acusações de Marçal não possuem fundamento.