Eleitor pode conferir todos os postulantes das 26 prefeituras. É possível checar o partido, o contexto da eleição e quem governou o município nos últimos 20 anos
O GLOBO lança um mapa digital para apresentar todos os candidatos a prefeito das 26 capitais brasileiras. A ferramenta disponibiliza a relação dos postulantes, os seus partidos, coligações e apoios políticos. O eleitor ainda poderá conferir um breve contexto das eleições em cada município e o nome dos chefes do Executivo que estiveram no poder nos últimos 20 anos.
Confira abaixo:
Segundo o último Censo, realizado em 2022, as dez capitais mais populosas do país são, respectivamente, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Manaus, Curitiba, Recife, Goiânia e Porto Alegre.
Entenda o contexto político de cada uma delas:
São Paulo
Candidato à reeleição, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) herdou a gestão em maio de 2021, após a morte de Bruno Covas. Apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito tem uma coligação de 12 partidos.
Nunes irá enfrentar nas urnas oito adversários. Após vencer de Bolsonaro na capital em 2022, o presidente Lula (PT) quer eleger o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), numa ação inédita do PT apoiar em outro nome na capital fora do quadro do partido. O nome de Boulos, no entanto, não é um consenso dentro da base do governo federal. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) apoia a candidatura da sua correligionária Tabata Amaral.
Com um histórico de quatro desistências, o apresentador José Luiz Datena (PSDB) oficializou sua candidatura à prefeitura, após passar por rusgas dentro da própria legenda. Também são candidatos Altino Prazeres (PSTU), Bebeto Haddad (DC), Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Marina Helena (Novo) e Ricardo Senese (UP).
Rio de Janeiro
Em seu terceiro mandato, o prefeito Eduardo Paes (PSD) é favorito à reeleição e, caso eleito, pode superar seu padrinho Cesar Maia e ser o político a governar a cidade por mais tempo. Apoiado pelo presidente Lula (PT) e uma coligação de 12 partidos do PSB ao PRD, Paes terá como principal adversário, segundo as pesquisas, o candidato escolhido pela família Bolsonaro, Alexandre Ramagem (PL).
Apesar de ter conseguido angariar o apoio formal de partidos da esquerda, quadros da esquerda no estado apoiam a candidatura do deputado federal Tarcísio Motta (PSOL). Entre os nomes estão o deputado federal Lindbergh Farias.
Também são candidatos nas eleições Carol Sponza (Novo), Marcelo Queiroz (PP), Rodrigo Amorim (União Brasil), Cyro Garcia (PSTU), Juliete Pantoja (UP) e Henrique Simonard (PCO).
Fortaleza
O prefeito José Sarto (PDT), que também tentará se manter no cargo, enfrenta uma forte rejeição. Aliado de primeira hora do ex-ministro Ciro Gomes, o pedetista enfrentará nas urnas um ex-correligionário, o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PT).
A divisão entre os dois tem origem na briga entre os irmãos Gomes. Leitão integra o grupo político do senador Cid Gomes (PSB), que deixou o PDT no início deste ano após uma debandada. Além de Cid, ele tem o apoio dos petistas que ocupam os principais cargos: o presidente Lula, o governador Elmano de Freitas e o ministro da Educação, Camilo Santana.
Usualmente governada pela centro-esquerda, Fortaleza tem uma alternância de poder entre PT e PDT desde 2005. No campo da direita, há pulverização. Os candidatos são Capitão Wagner (União Brasil), o senador Eduardo Girão (Novo) e o deputado federal mais votado do estado, André Fernandes (PL).
Também concorrem Técio Nunes (PSOL), George Lima (Solidariedade) e Zé Batista (PSTU).
Salvador
Em busca do segundo mandato, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) é herdeiro do carlismo, cultura política que remete à liderança do ex-governador Antônio Carlos Magalhães. Quem dá as cartas no carlismo atualmente é um neto dele, ACM Neto, homem forte do partido e padrinho político de Reis.
Opositores a tal vertente se agrupam, principalmente, em torno da candidatura do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), nome que foi escolhido pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Apesar de governar o estado, o PT nunca conseguiu vencer uma eleição em Salvador. A gestão estadual acoplou todos seus partidos da base — MDB, PSD, PSB, Podemos, Solidariedade, Avante, Agir e a federação PT-PV-PCdoB nesta empreitada.
Também são candidatos Eslane Paixão (UP), Kleber Rosa (PSOL), Victor Marinho (PSTU) e Silvano Alves (PCO).
Belo Horizonte
Candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD) herdou a prefeitura após a renúncia de Alexandre Kalil, hoje no Republicanos, em março de 2022 para concorrer ao governo do estado. Sua maior dificuldade nessas eleições é o desconhecimento: segundo a última pesquisa Quaest, 48% da população não conhece o nome do prefeito.
Seu criador político, Kalil, desembarcou de sua campanha e apoia o candidato do Republicanos, o deputado estadual e apresentador licenciado da Record TV, Mauro Tramonte. O parlamentar também conta com o apoio do governador Romeu Zema (Novo).
Na linha da polarização, o candidato do presidente Lula (PT) é o petista Rogério Correia, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está com o deputado estadual Bruno Engler (PL).
Entre candidaturas pulverizadas, a deputada federal Duda Salabert (PDT) também disputa os votos da esquerda, sendo a primeira mulher transexual a concorrer à prefeitura de uma capital. Já o senador Carlos Viana (Podemos), se apresenta como opção à direita. Também concorrem Indira Xavier (UP), Wanderson Rocha (PSTU) e Lourdes Francisco (PCO).
Manaus
Prefeito de Manaus e candidato a mais um mandato, David Almeida (Avante) enfrenta cinco candidatos nas urnas. De acordo com a última pesquisa Quaest, divulgada em agosto, Almeida lidera nas intenções de voto, seguido pelo deputado federal Amom Mandel (Cidadania) em segundo lugar.
Mandel tem 23 anos e ingressou na política em 2020, como vereador e, passados dois anos quebrou recordes locais ao garantir uma vaga na Câmara Federal com o aval de 288 mil amazonenses. Ele lançou sua candidatura apenas com o apoio do PSDB, que compõe a federação com o Cidadania.
Os dois nomes apoiados por Bolsonaro e Lula, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) e o ex-parlamentar Marcelo Ramos (PT), respectivamente, estão empatados tecnicamente em terceiro lugar. A capital amazonense ainda traz os deputados estaduais Roberto Cidade (União Brasil) e Wilker Barreto (Mobiliza).
Desde 2009, a direita governa Manaus — o último prefeito mais próximo à centro-esquerda foi Serafim Corrêa, do PSB.
Curitiba
Bem avaliado na capital, o prefeito Rafael Greca indica como seu sucessor o vice-prefeito Eduardo Pimentel, também do PSD. Aos 39 anos, Pimentel tem o apoio dos principais caciques locais, à exemplo do governador Ratinho Júnior (PSD) e do ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo).
Considerados “herdeiros” da operação Lava-Jato, Deltan e o ex-juiz Sergio Moro, hoje senador, estão em lados opostos na disputa curitibana. Enquanto Deltan está com Pimentel, a esposa de Moro, a deputada Rosangela, é candidata a vice do deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil).
O candidato de Lula (PT) é o deputado federal e ex-prefeito, Luciano Ducci (PSB). Também concorrem Felipe Bombardelli (PCO), Luizão Goulart (Solidariedade), Maria Victoria (PP) e Requião (Mobiliza).
Devido a Lava-Jato, a capital paranaense tem forte identificação com as bandeiras anticorrupção. Ao longo dos últimos 20 anos, Curitiba intercalou gestores da direita e centro-esquerda, em partidos como PSDB, PSD, PSB e PDT.
Recife
Favorito à reeleição, o prefeito João Campos (PSB) tem o apoio do presidente Lula (PT) nessas eleições. Sua adversária, a governadora Raquel Lyra (PSDB) lançou seu ex-secretário Daniel Coelho (PSD).
No lado da esquerda, a deputada estadual Dani Portela (PSOL) concorre. Já na direita, o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) Gilson Machado tenta a sorte nas urnas. A cidade é comandada, desde 2001, por PT ou PSB.
Goiânia
O prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) tenta a reeleição, mas enfrenta uma avaliação negativa na cidade. Ele foi, recentemente, convidado a deixar o Republicanos. Na capital de Goiás, Cruz irá enfrentar o representante do governador Ronaldo Caiado (União), Sandro Mabel, e o candidato do bolsonarismo, Fred Rodrigues (PL).
Atualmente comandada pelo Solidariedade, Goiânia foi chefiada por prefeitos do MDB, PT e PSDB na história recente, tendendo a uma postura de centro e até mesmo centro-esquerda. Apesar de não ter um histórico de vitória da extrema-direita, é berço político do deputado federal Gustavo Gayer (PL).
A candidata de Lula é a deputada federal Adriana Accorsi (PT). Nesta eleição, também concorrem o senador Vanderlan Cardoso (PSD), Matheus Ribeiro (PSDB) e Professor Pantaleão (UP).
Porto Alegre
O prefeito Sebastião Melo (MDB), que vem à reeleição, está fragilizado pelas fortes chuvas que acometeram a capital do Rio Grande do Sul este ano. Ele tem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Porto Alegre foi uma fortaleza do PT entre 1989 e 2005, com figuras históricas do partido, como Olívio Dutra e Tarso Genro, chefiando a prefeitura. Desde então, no entanto, a sigla nunca mais voltou.
A candidata de Lula é a deputada federal Maria do Rosário (PT). Já o governador Eduardo Leite (PSDB) apoia a pedetista Juliana Brizola. Também são candidatos Fabiana Sanguiné (PSTU), Felipe Camozzato (Novo), Luciano do MLB (UP) e Cesar Pontes (PCO).