O debate entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), realizado na TV Globo na última sexta-feira (25), foi um evento marcado por intensas trocas de acusações e discussões acaloradas sobre temas polêmicos, como privatizações e segurança pública. Esse foi o último encontro antes do segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo, que acontecerá no próximo domingo (27). Durante o debate, os candidatos circularam livremente pelo cenário, permitindo um formato dinâmico e interativo.
Aumento de pena para criminosos
- Início do debate: O debate começou com uma pergunta direta de Nunes a Boulos sobre sua posição em relação ao projeto de aumento de pena para criminosos, que foi discutido na Câmara dos Deputados. Nunes destacou que a segurança é uma questão crucial para os eleitores.
- Justificativa de Boulos: O candidato do PSOL defendeu-se, afirmando que não votou no projeto porque estava ausente devido a uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto. “O esclarecimento já foi dado”, afirmou Boulos, tentando desviar a atenção da acusação.
- Mudança de foco: Em seguida, Boulos mudou de assunto e destacou sua mudança de residência, ressaltando sua proximidade com a população e sua disposição para governar a cidade. “As pessoas querem mudança, e estou preparado para isso”, disse ele, buscando criar uma conexão emocional com os eleitores.
Privatizações em debate
- Críticas às privatizações: Boulos não hesitou em trazer à tona a questão das privatizações. Ele criticou Nunes pela privatização dos cemitérios, perguntando sobre o custo de serviços funerários e a acessibilidade para a população de baixa renda. “Teve um caso em São Miguel de uma família que teve que fazer a oração de corpo presente na calçada do cemitério porque não tinha dinheiro para pagar a capela”, denunciou.
- Defesa de Nunes: Nunes respondeu que a privatização dos cemitérios foi necessária e que a tabela de preços dos serviços é antiga. Ele enfatizou que todos registrados no CadÚnico têm acesso a atendimento gratuito e que a concessão ajuda a melhorar a qualidade dos serviços.
- Universalização do saneamento: O prefeito também falou sobre a privatização da Sabesp, afirmando que é fundamental para universalizar o saneamento básico na cidade. Ele acredita que as concessões são uma maneira eficaz de enxugar a máquina pública e garantir serviços de qualidade.
Segurança pública: A questão das câmeras
- SmartSampa: O próximo tema abordado foi o projeto SmartSampa, que introduz câmeras de monitoramento na cidade. Nunes questionou Boulos sobre a oposição do PSOL a essa iniciativa, perguntando se, caso fosse eleito, o candidato do PSOL acabaria com o programa.
- Resposta de Boulos: Boulos não só defendeu sua posição, mas também criticou a gestão de Nunes, afirmando que o programa teve problemas e que o Ministério Público havia barrado a iniciativa inicialmente. “A empresa que você contratou tinha um histórico de corrupção. Isso é uma constante na sua gestão”, acusou Boulos, intensificando a tensão entre os candidatos.
- Drogas e segurança: Em um momento tenso, Nunes questionou Boulos sobre sua posição a respeito da liberação de drogas. O candidato do PSOL se posicionou de forma clara, defendendo a diferenciação entre usuários e traficantes. “Os usuários não deveriam ser presos, mas tratados”, afirmou, enquanto Nunes ressaltou que defendia a aplicação da lei.
Vacinação durante a pandemia
- Críticas a Nunes: A vacinação contra a Covid-19 também foi um tema central no debate. Boulos confrontou Nunes com uma citação em que o prefeito supostamente elogiou Jair Bolsonaro por sua gestão da pandemia. Boulos tentou mostrar que Nunes não se importava com a saúde pública.
- Defesa de Nunes: O prefeito, por sua vez, defendeu-se, afirmando que a cidade se tornou a “capital mundial da vacinação”. Ele destacou que, apesar de desafios, como a falta de vacina contra a dengue, sua gestão foi eficaz em imunizar a população.
- Vídeo em redes sociais: Boulos prometeu publicar um vídeo em suas redes sociais mostrando Nunes falando sobre Bolsonaro na pandemia, buscando aumentar a pressão sobre seu adversário e conquistar eleitores que valorizaram a gestão da saúde.
Armas na Guarda Civil Municipal
- Fuzis da GCM: O debate avançou para a questão dos fuzis da Guarda Civil Municipal (GCM), com Nunes perguntando se Boulos retiraria os armamentos da corporação. Boulos respondeu que os fuzis nunca foram utilizados, sugerindo que a GCM precisa de uma reformulação em sua abordagem de segurança.
- Tensão no ar: Essa troca de informações acirrou ainda mais o clima tenso do debate, refletindo a polarização das opiniões sobre segurança na cidade. O debate se tornou um campo de batalha ideológico sobre como garantir a segurança pública em São Paulo.
O futuro das eleições
- Expectativa para o segundo turno: Com a data do segundo turno se aproximando, as acusações e embates de ideias entre Nunes e Boulos ganham cada vez mais relevância. A forma como ambos se posicionaram durante o debate certamente influenciará a decisão dos eleitores.
- Acompanhamento da apuração: A apuração das eleições ocorrerá no próximo domingo (27). A população poderá acompanhar os resultados em tempo real através de plataformas como a CNN, o que promete manter os eleitores engajados e informados sobre o desenrolar das eleições.