Ato final de campanha marca tom decisivo de Kamala contra Trump
Em seu último comício antes da eleição, Kamala Harris escolheu um local simbólico em Washington para se pronunciar e posicionar-se como uma alternativa clara a Donald Trump. No mesmo local onde o republicano reuniu apoiadores que culminaram na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, a democrata fez um discurso contundente, afirmando que promete ser “presidente para todos os americanos” e caracterizando Trump como o candidato do “caos” e da “divisão”.
Kamala descreveu a eleição como uma escolha fundamental para o futuro do país. “Esta eleição é mais do que uma escolha entre dois partidos e dois candidatos diferentes”, declarou. “É uma escolha entre um país baseado na liberdade para todos ou governado pela divisão e pelo medo”, afirmou, ressaltando a importância de superar a retórica polarizadora que atribui ao seu adversário.
Com palavras fortes, ela aludiu a Trump como um “traidor mesquinho” e “projeto de ditador”, intensificando os ataques em um momento decisivo na campanha.
Propostas e diferenças em temas críticos
Harris aproveitou para defender direitos reprodutivos das mulheres, um tema em que Trump adotou uma postura conservadora, nomeando juízes para a Suprema Corte que acabaram por revogar o direito ao aborto no país. A candidata também falou sobre sua posição quanto à imigração, comprometendo-se a “remover rapidamente aqueles que chegam fora da lei”, tentando se posicionar contra o discurso republicano de uma “invasão de imigrantes ilegais”.
Outros temas como segurança, economia e igualdade de direitos também foram abordados por Kamala, que busca captar eleitores moderados e indecisos, especialmente em estados-chave, como Arizona e Geórgia.
- Direitos das mulheres: Harris reafirmou seu compromisso com a defesa da autonomia feminina.
- Imigração: Compromisso em manter a legalidade no processo migratório.
- Unidade: Contraponto ao discurso polarizador de Trump.
Corrida acirrada nas pesquisas
Apesar das acusações e das diferenças, as pesquisas mostram um empate entre os dois candidatos, reforçando o cenário de incertezas. Ambos têm focado em sete estados decisivos para garantir o apoio de indecisos, já que esses eleitores poderão definir o desfecho da eleição, a apenas uma semana da votação.
Com o cenário indefinido, Kamala e Trump seguem intensificando agendas em regiões onde votos indecisos são cruciais. De acordo com John Mark Hansen, professor da Universidade de Chicago, “o clima é de total indefinição, e qualquer um pode vencer”.
Kamala tem tentado atrair grupos historicamente democratas, como mulheres dos subúrbios e minorias raciais, enquanto Trump tenta capitalizar com a base conservadora e eleitores de perfil mais tradicional.
Estratégia e apoio de personalidades
Kamala Harris e Donald Trump também contam com apoio de personalidades de peso. Kamala recebeu o apoio de Bruce Springsteen e dos Obamas, além da republicana Liz Cheney, que se opõe a Trump. Por outro lado, Elon Musk apoiou Trump, com sua rede social X sendo utilizada para divulgação de mensagens pró-republicanas.
Nos estados decisivos, Harris e Trump incentivam a votação antecipada, que costuma favorecer os democratas. No entanto, ela enfrenta o desafio do Colégio Eleitoral, que pode dar vantagem a Trump, mesmo que perca no voto popular.
Kamala espera reverter o padrão que beneficiou republicanos no passado, garantindo uma campanha bem organizada em campo, com forte arrecadação e apoio da base.
Expectativas e cenário futuro
Com grande divisão política nos Estados Unidos, qualquer resultado será histórico. A primeira mulher presidente pode ser eleita, ou Trump pode retornar ao poder. A apuração pode se estender por dias, e uma nova contestação de resultado por parte de Trump não está descartada.
A decisão final dependerá de quem conseguirá angariar o apoio dos eleitores indecisos nos últimos dias. Os Estados Unidos aguardam ansiosamente o que promete ser uma das eleições mais polarizadas e intensas das últimas décadas.