O chefe da Agência Mundial Antidoping (Wada) disse nesta terça-feira (14) que a confiança no sistema antidoping da Rússia continua baixa, citando o tratamento do caso de doping da patinadora olímpica Kamila Valieva.
Valieva testou positivo para a substância proibida trimetazidina no campeonato nacional russo em dezembro de 2021 quando tinha 15 anos. O resultado do teste, porém, só foi divulgado em 8 de fevereiro de 2022, um dia depois de ela ter ajudado sua equipe a conquistar a medalha de ouro nas Olimpíadas de Inverno de Pequim.
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No mês passado, a Wada apelou à Corte Arbitral do Esporte (CAS) depois que uma investigação russa a considerou inocente de qualquer infração de doping. A Wada está buscando uma suspensão de quatro anos e desqualificação de todos os resultados de Valieva a partir da data da coleta da amostra.
O presidente da Wada, Witold Banka, disse que a decisão russa no caso “certamente não gera confiança”.
“Preciso dizer que a confiança na independência do sistema antidoping continua muito baixa”, declarou Banka aos participantes do simpósio anual da Wada. “A forma como o caso da patinadora artística do ROC [Comitê Olímpico Russo] Kamila Valieva foi tratado não foi animadora. Esses atrasos desnecessários no caso se encaixam nessa desconfiança.”
O caso de Valieva lançou uma sombra sobre a participação dos russos nas Olimpíadas de Inverno de Pequim do ano passado, uma vez que eles já enfrentavam escrutínio sobre sanções de doping separadas que os levaram a competir sem sua bandeira e hino nacional.
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