Entre as 16 atletas que participaram do Campeonato Pan-Americano de Tiro em Casa, a carioca Marcela Mello foi a segunda colocada. Com apenas 15 anos, a brasileira ficou atrás apenas da mexicana Julia Ventura Romero. Na melhor de cinco decisiva, a adversária foi mais rápida em três séries. “Foi um excelente resultado, fiquei muito feliz. Pude também me distrair e ficar um pouco mais próxima desse clima de competição nessa quarentena”, disse a atleta à Agência Brasil.
A competição, promovida pela Federação Mexicana de Pentatlo Moderno, foi virtual e seguiu os padrões da modalidade. “Minha família me ajudou a montar todo o espaço aqui em casa e a fazer as filmagens. As distâncias foram as mesmas das provas oficiais (tiros a 10 metros do alvo e o centro da marca ficando a 1,4 metro do chão)”, esclareceu a carioca.
Marcela foi revelada no “PentaJovem”, projeto da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM). “Eu sempre nadei, desde os nove meses de vida. E acabei entrando no Pentatlo com nove anos. Não sabia se eu ia aguentar. É bem puxado. Mas virou uma paixão sem explicação”, disse.
O Pentatlo Moderno inclui uma prova de esgrima (com todos contra todos), 200 metros livre de natação, um concurso de saltos em um percurso de 350 a 450 metros com 12 a 15 obstáculos no hipismo, e o evento combinado (com quatro sequências de revezamentos entre tiros e corridas de 800 metros). Mas é claro que ela tem as provas favoritas.
“A principal é a natação. E, no combinado, eu gosto muito do tiro. Já tenho uma experiência boa no hipismo. Comecei bem novinha, com nove para dez anos. Hoje, estou regular, digamos assim. Mas depende muito do cavalo que sempre é fornecido pela organização do campeonato. Esgrima e corrida, eu preciso melhorar ainda. Principalmente, na corrida”.
Apesar da pouca idade, ela já participou de diversas competições internacionais na Argentina, Bulgária e Polônia. E tem uma coleção respeitável de conquistas. Foi campeã do Open de Santos Sênior, bronze no Brasileiro, ouro no Sul-Americano Sub-19 e prata Júnior no revezamento misto do Sul-Americano Sênior e Júnior de 2019.
No ano passado, ela esteve também no Mundial Júnior na Polônia. Com 14 anos na época, a carioca competiu com atletas de até 21 anos e finalizou com 820 pontos. “Sempre participei em categorias acima da minha. No início eu me assustava, mas agora procuro encarar isso de uma forma mais natural, relaxando e aproveitando a prova. Em relação às principais conquistas, o Open de Santos Sênior foi uma prova bem homogênea. Melhorei praticamente todas as minhas marcas. Mas o bronze no Brasileiro também foi legal. E aquele Mundial da Polônia serviu demais para que eu pudesse me conhecer melhor. Foi uma grande experiência. Cresci muito como pessoa”.
E os sonhos? “Quero muito estar nos Jogos de Paris em 2024 e na Olimpíada da Juventude em 2022 em Dakar. Vou seguir treinando e tenho certeza que posso chegar lá”. Com um histórico desses, quem pode duvidar da jovem e talentosa Marcela?