No sábado (9), Ygor Coelho, principal nome do badminton do Brasil, retorna à cidade dinamarquesa de Arhus para se reintegrar ao Højbjerg, time que ele defende na Europa desde 2018. Ygor estava no Rio de Janeiro desde julho de 2020. Nos dias 22 e 29 de agosto, o atleta passou por duas cirurgias no quadril. “Descobri esse problema em abril. Estava sentindo dores durante os treinamentos. Em parceria com os médicos e treinadores do clube, decidi que essa era a melhor hora para fazer as intervenções. Com a Olimpíada adiada e os torneios de clubes europeus praticamente paralisados pela pandemia da covid-19, eu poderia ficar de fora de algumas partidas do time”, disse o atleta. Segundo o carioca, ele sentia o quadril “preso”, o que impedia a realização de muito movimentos importantes do jogo. “Os médicos fizeram uma espécie de raspagem do osso e costuraram a cartilagem. Hoje consigo jogar de uma forma muito mais confortável. Isso vai melhorar minha performance. E, como no alto rendimento o detalhe é tudo, essa melhora pode fazer muita diferença”.
Ygor Coelho – Alexandre Loureiro/COB
REABERTURA DO RANKING OLÍMPICO
Depois de quase um ano de muitas incerteza, a Federação Internacional de Badminton (BWF, sigla em inglês) decidiu reabrir o ranking mundial, base da seletiva olímpica, no dia 1º de fevereiro. E, em 18 de maio de 2021, os 34 classificados de cada naipe serão definidos para Tóquio. O Japão tem uma vaga em cada naipe por ser o país sede, e há, ainda, três por convite em cada naipe. Na disputa individual, os países com dois ou mais jogadores entre os 16 melhores terão duas vagas. Os demais só levarão um. Coelho, atual número 48 do mundo e 22 no ranking olímpico, tem a vaga muito bem encaminhada. “Estou quase lá. Mas ainda preciso de pontos. Por isso fiz as operações agora e o meu foco atual é 100% nos treinos. O ano vai ser muito cheio. Estou animado demais para os Jogos Olímpicos. Mas não posso esquecer que em dezembro também tem Mundial e depois já preciso pontuar para o ranking dos Jogos Pan-Americanos de 2023”.
O Aberto da Suíça, em Basel, de 2 a 7 de março, será o primeiro torneio a valer para a corrida olímpica. O último antes do fechamento da janela será o Aberto da Índia, em Nova Deli, de 11 a 16 de maio. No total, serão 17 competições. “A minha estratégia é participar de cinco eventos. E nesses torneios vou tentar fazer o máximo possível de pontos para entrar no top-20, para ter um caminho mais acessível. Carimbando o passaporte e chegando em Tóquio, o grande objetivo é passar pela fase de grupo e tentar chegar o mais longe possível. Na Rio 2016, eu era muito novo. Agora estou muito melhor preparado”.
REENCONTRO COM A FAMÍLIA
O período no Brasil não foi apenas de recuperação da cirurgia. “Voltei a ver os meus familiares. Pude treinar vários dias com o pessoal do Instituto social do meu pai, o Miratus, onde eu comecei a jogar badminton em 2000. Foi uma experiência muito bacana”. Outra passagem marcante desse período no Brasil foi o casamento com Karine Souza, depois de quatro anos de namoro. “Foi lindo demais. Ela é minha companheira, Estávamos pensando nisso há tempos. Faltava apenas acharmos o momento exato; e agora ele chegou. Quando a Karine se formar no curso de Educação Física, ela vai morar comigo lá na Dinamarca”.