O Metrô de São Paulo aceitou a proposta dos trabalhadores de liberar as catracas para encerrar a greve. Apesar do acordo, ainda não há previsão de quando as estações serão reabertas.
Segundo o Metrô, a medida será colocada em prática condicionada ao retorno imediato de 100% dos funcionários da operação e manutenção, para garantir a segurança dos passageiros.
Resumo:
- Linhas paradas: 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata
- Linhas operando: 4-Amarela e 5-Lilás
- CPTM e EMTU operam normalmente
- Rodízio de veículos suspenso
Às 8h30, o Metrô disse que as estações permanecem fechadas e que trabalha para iniciar o plano de contingência assim que as condições de segurança estiverem atendidas.
Antes da paralisação, o Sindicato dos Metroviários já tinha proposto a liberação das catracas como alternativa, afim de evitar que a população fosse prejudicada durante as negociações. Os trabalhadores cobram o pagamento de abono salarial.
A medida, entretanto, só foi aceita pelo governo após o caos enfrentado pelos usuários do transporte nas primeiras horas da manhã.
Segundo o sindicato, os trabalhadores já estão sendo orientados a retornar para que as estações sejam abertas. A previsão é a de que a operação seja retomada por volta das 11h.
Em nota, o governo afirmou que a liberação deve gerar prejuízo dificultando ainda a saúde financeira da empresa.
A Companhia ainda afirma que tentou todas as formas de negociação, “inclusive com a concessão de benefícios como o pagamento de progressões salariais. A empresa também cumpre integralmente com o acordo coletivo de trabalho e as leis trabalhistas.”
A greve
A paralisação começou na madrugada desta quinta, incialmente por tempo indeterminado, nas linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata.
As linhas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô funcionam normalmente.
As três linhas afetadas pela greve respondem por 90% dos 2,8 milhões de passageiros transportados por dia por todo o Metrô de São Paulo.
Caos
Usuários relatam que foram pegos de surpresa e se aglomeravam em frente as estações. Por conta da paralisação, a CPTM, que opera normalmente, registra lotação e longas filas para acessar as catracas.
A dificuldade também era para embarcar nos ônibus alternativos e ou conseguir solicitar um veículo por aplicativo. Os preços das viagens dobraram.
Os trens da CPTM também estão circulando, segundo a Companhia, mas as transferências para as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô permanecerão fechada.
Já as transferências com as linhas 4-Amarela e 8-Diamante funcionavam normalmente nas estações Luz e Barra Funda.
A EMTU informou que as linhas operam normalmente e que vai reforçar principalmente as integradas ao Metrô e à CPTM.
O rodízio municipal de veículos foi suspenso.
A Zona Azul e a proibição de circulação de carros nos corredores de ônibus continuam valendo, assim como a Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF).
Mudanças em linhas de ônibus
A SPTrans criou duas linhas e reforçou a frota de 13 já existentes:
Linhas criadas
- Metrô Tucuruvi – Praça do Correio (circular)
- Metrô Santana – Praça do Correio (circular)
Linhas reforçadas
- 175T/10 Metrô Santana – Metrô Jabaquara
- 157P/10 Metrô Santana – Ana Rosa
- 2104/10 Metrô Santana – Term. Pq. D. Pedro II
- 5290/10 Div. de Diadema – Term. Pq. D. Pedro II
- 5106/10 Jd. Selma – Largo São Francisco
- 574A/10 Americanópolis – Largo do Cambuci
- 118C/10 Jd. Pery Alto – Metrô Santa Cecília
- 9300/10 Term. Casa Verde – Term. Pq. D. Pedro II
- 107T/10 Metrô Tucuruvi – Term. Pinheiros
- 208V/10 Term. A.E. Carvalho – Term. Pq. D. Pedro II
- 1177/10 Term. A.E. Carvalho – Luz
- 233A/10 Jd. Helena – Term. Vila Carrão
- 4310/10 ET Itaquera – Term. Pq. D. Pedro II
Linhas alteradas
A linha 178Y/10 Vila Amélia – Metrô Jardim São Paulo foi prolongada até o Metrô Santana, onde há mais opções de linhas de ônibus municipais para a integração.
As linhas 5022/10 Vila Santa Margarida – Jabaquara, 5018/10 Shopping Interlagos – Jabaquara e 5018/31 Shopping Interlagos – Jabaquara deverão operar em sistema circular no Metrô Jabaquara.
Disputa sobre abono salarial
O Sindicato dos Metroviários informou que a categoria cobra o pagamento do abono, a revogação de demissões por aposentadoria e outros desligamentos realizados em 2019, além de pedir novas contratações.
Os grevistas chegaram a propor um dia de catraca livre como alternativa para não prejudicar a população, o que não foi inicialmente aceito com a alegação de falta de segurança.
Por meio de nota, o Metrô disse “não há justificativa para que o Sindicato dos Metroviários declare greve reivindicando o que já vem sendo cumprido pela empresa”.
A empresa disse que também empenhou esforços para atender os pleitos do sindicato, mas que a realidade econômica da companhia “não possibilita o pagamento de abono salarial neste momento”.
O Metrô disse ainda que teve “significativas quedas de arrecadação pela pandemia e não teve ainda o retorno total da demanda de passageiros, se comparada a 2019”.