Estudante de medicina é acusado pelos crimes de lesão corporal, injúria por preconceito e falsidade ideológica
O estudante de Medicina Yuri de Moura Alexandre, atualmente detido preventivamente, é alvo de sérias acusações que podem resultar em uma pena de até 11 anos de prisão, caso a Justiça o condene. A razão para tal condenação são os atos violentos cometidos por ele contra o ator Victor Meyniel, em uma cena chocante registrada pelas câmeras de vigilância da portaria de um edifício em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, no último sábado. Além disso, Yuri agravou ainda mais sua situação ao se fazer passar por médico da aeronáutica no momento da prisão. Os delitos imputados a ele incluem lesão corporal, injúria por preconceito e falsidade ideológica.
Este não é o primeiro incidente de homofobia que Victor Meyniel enfrenta. Em setembro de 2017, ele revelou em seu perfil no Twitter ter sido alvo de um ataque homofóbico ao voltar do festival Rock in Rio. Em uma postagem na época, o ator e influenciador compartilhou uma imagem mostrando seu nariz sangrando após o ataque, acompanhada da mensagem: “Pra quem diz que homofobia não existe, bom dia e boa semana.”
A defesa de Victor Meyniel sustenta a hipótese de que o recente ato de violência perpetrado contra ele pode estar relacionado à exposição pública da orientação sexual do agressor. Segundo Maíra Fernandes, advogada que representa Meyniel no âmbito criminal, o artista teria questionado, na portaria do edifício, se alguém tinha conhecimento da orientação sexual de Yuri de Moura Alexandre. Durante a brutal agressão, Yuri teria reagido com a seguinte afirmação: “Eu não sou viado [sic]. Você é que é.”
O advogado de defesa de Yuri, o criminalista Lucas Oliveira, emitiu um comunicado à imprensa que nega a ocultação da identidade sexual de seu cliente, referindo-se ao fato de Yuri já ter sido casado com uma pessoa do mesmo sexo. Ele alega que a identidade sexual de seu cliente está sendo apagada, com a alegação infundada de que ele teria cometido um ato de homofobia, colocando-o sob a obrigação de provar sua orientação sexual.
Sobre a acusação de lesão corporal, a nota divulgada pelo advogado não nega a agressão, que foi capturada pelas câmeras de segurança, mas alega que “há nos autos do processo exame de corpo de delito realizado por perito oficial que prova que as lesões não geraram incapacidade, perigo de vida ou debilidade permanente.” Isso levanta questões importantes sobre a gravidade das lesões infligidas a Victor Meyniel e o possível impacto na decisão judicial.