Cantor norte-americano Tony Bennett morre aos 96 anos

Lenda da música falece em sua casa em Nova York, vítima de Alzheimer

Tony Bennett, conhecido mundialmente por seu sucesso duradouro com a música “I Left My Heart in San Francisco” (Deixei o meu coração em São Francisco) e por conquistar gerações mais jovens de fãs até o século 21, nos deixou nesta sexta-feira (21) aos 96 anos, conforme anunciado por sua agente.

A agente do cantor, Sylvia Weiner, divulgou em um comunicado que Bennett faleceu em sua residência na cidade de Nova York, vítima de causas relacionadas à idade.

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A música de Tony Bennett transcendeu gerações e conquistou admiradores de todas as idades. Seu talento inegável o levou a receber elogios até mesmo de lendas como Frank Sinatra, que o chamou de “o melhor cantor da indústria” quando ele se tornou uma estrela na década de 1950. Ao longo de sua carreira, Bennett acumulou impressionantes 20 prêmios Grammy, incluindo uma honraria pelo conjunto da obra.

Com o passar dos anos, a diversidade de seus colaboradores aumentou ainda mais. Já próximo dos 90 anos, ele gravou um álbum de duetos em 2014 com a talentosa Lady Gaga e realizou uma turnê mundial ao lado dela em 2015.

Tony Bennett, ícone da música americana, morre aos 96 anos. Foto: Marcen27/Wikimedia

Os parceiros que se juntaram a Bennett em seus populares álbuns Duets variaram de lendas da música, como Paul McCartney e a rainha do soul Aretha Franklin, ao astro country Willie Nelson e o vocalista da banda U2, Bono.

No início de 2021, o cantor revelou publicamente que foi diagnosticado com a doença de Alzheimer em 2016. Apesar do diagnóstico, Bennett continuou a gravar e, em suas próprias palavras, compartilhou no Twitter: “A vida é um presente – mesmo com a doença de Alzheimer”.

Em virtude da progressão da doença, Bennett tomou a difícil decisão de se aposentar das apresentações após o seu último show no Radio City Music Hall, em 3 e 5 de agosto de 2021.

A carreira do artista foi marcada por altos e baixos. Nos finais dos anos 1970, aos 50 anos, Bennett enfrentou problemas pessoais, como um casamento em crise, o vício em cocaína e uma dívida fiscal de dois milhões de dólares, o que resultou em um declínio em suas perspectivas de carreira.

Foi nesse momento delicado que seu filho Danny assumiu a gestão da carreira de Tony e o impulsionou a novos patamares de popularidade, apresentando-o às gerações mais jovens e abrindo caminho para uma reviravolta em sua trajetória profissional.

Antes disso, Bennett havia sido um dos cantores mais populares da década de 1950, graças à sua descoberta pelo comediante Bob Hope, até que a ascensão do rock trouxe desafios à sua carreira. No entanto, ele conseguiu superar esses obstáculos, redirecionando seu foco para um público mais maduro, mantendo-se fiel ao estilo musical que mais amava e se autodeclarando um cantor de jazz.

O jornal New York Times descreveu Bennett como um artista que não apenas preencheu a lacuna entre gerações, mas a demoliu. Sua música conseguiu estabelecer uma conexão sólida com um público mais jovem, que se sentia desapegado pelo rock. E, apesar das adversidades, ele nunca fez concessões em sua carreira artística.