Atriz tratava um câncer de ovário e estava internada no Hospital Albert Einstein.
O corpo atriz Eva Wilma, de 87 anos, foi enterrado na tarde deste domingo (16) em São Paulo. Ela morreu na noite deste sábado (15).
Ela enfrentava um câncer de ovário e estava internada no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, desde o dia 15 de abril para tratamento de problemas cardíacos provenientes do tumor. Para não causar aglomerações, a família da atriz optou por não divulgar o local e nem o horário do sepultamento.
Eva Wilma Riefle Buckup nasceu em 14 de dezembro de 1933 na cidade de São Paulo. Ela iniciou a carreira artística aos 19 anos, no Ballet do IV Centenário de São Paulo, mas abandonou a dança pouco depois, quando recebeu convites para integrar o Teatro de Arena e o programa “Alô Doçura”, da TV Tupi.
O seriado ficou dez anos no ar e a atriz dividia espaço na atração com John Herbert, com quem se casou em 1955. Eva e John se separaram em 1976. Juntos, tiveram dois filhos, Vivien e John Herbert, conhecido profissionalmente como Johnnie Beat.
Três anos depois da separação, a atriz se casou com o ator Carlos Zara, que morreu em 2002.
Além da dança e da atuação, Eva sempre foi muito conectada às artes, tendo aulas de canto, piano e violão com Inezita Barroso.
“A música fez parte da minha formação escolar e familiar. Meus pais eram muito musicais. Em casa, gostávamos de nos revezar no piano”, afirmou Eva em entrevista ao G1 em 2017.
Ao longo da carreira, Eva estrelou dezenas de novelas como “Meu Pé de Laranja Lima” (1971) e a primeira versão de “Mulheres de Areia” (1973), na qual interpretava as gêmeas Ruth e Raquel. Vinte anos depois, no remake da trama, os papéis foram feitos por Glória Pires.
Eva também deu vida à vilã Altiva, de “A Indomada”, que rendeu vários prêmios para a atriz.
“Pedra sobre Pedra” (1992), “O Rei do Gado” (1996) e “Começar de Novo” (2004) foram outras obras que tiveram a participação de Eva Wilma.
Seu último trabalho para a TV foi em 2015, em “Verdades Secretas”, na qual interpretou Dona Fábia, uma alcoólatra, amargurada e aproveitadora, que extorquia o filho Anthony (Reinaldo Gianechini). Eva também foi premiada pelo projeto.
Apesar do extenso trabalho na TV, Eva nunca abandonou a carreira no teatro, recebendo inúmeros prêmios por seus trabalhos no palco. Em “Queridinha Mamãe” (1994), recebeu os troféus dos prêmios Molière, Shell e Sharp.
Em 2017, Eva ainda participou do show “Crise, que crise?”, idealizado por seu filho. Nele, a atriz soltava a voz, retomando o que já havia feito no musical “Oh! Que Delícia de Guerra”, nos anos 1970.
Ela foi internada no dia 15 de abril deste ano na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein, quando deu entrada para tratar de problemas cardíacos e renais.
No dia 8 deste mês, foi diagnosticada com câncer de ovário.
Antes de ser internada, ela postou uma foto em suas redes sociais em que aparecia ensaiando o texto para gravar o filme “As Aparecidas”.
Homenagem
Em janeiro de 2020, ela foi a grande homenageada do Prêmio Cesgranrio de Teatro, no Copacabana Palace, no Rio. E, no discurso de agradecimento, falou sobre a importância do trabalho dos atores.
“Amo o ator por se emprestar inteiro para expor os aleijões da alma humana com a única finalidade de que o público se compreenda, se fortaleça e caminhe no rumo de um mundo melhor a ser construído pela harmonia e pelo amor”, afirmou.
Fonte: G1