Cerimonial de abertura ao público às 10h e encerramento às 17h. O teto do planetário mostra uma projeção do céu desde o dia em que o artista nasceu.
Por Lívia Machado, Renata Bitar, Ana Flávia Paula, Arthur Stabile, Camila Quaresma, Cláudia Castelo Branco e Celso Tavares, g1 SP – São Paulo
O corpo da cantora Rita Lee foi velado nesta quarta-feira (10) no Planetário do Parque Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo.
A cerimónia foi aberta ao público e teve início às 10h00, com término previsto para as 17h00.
Família, artistas e fãs se despedem do artista. João Lee, um dos filhos da cantora, chegou primeiro e falou sobre o legado da mãe, que ele define como uma heroína.
“Ela é uma pessoa única. Ela será para mim para sempre. Acho que para todos.”
“A dignidade dela era insana, a sensibilidade dela em lidar com as pessoas, entender as pessoas, a forma como ela tinha que se relacionar com o público, com o mundo. [Ela era] uma pessoa muito única. uma pessoa na minha vida, mas tive a honra de passar 43 anos com ela, aprendi muito, adotei seus valores.”
O emocionado Beto Lee, o filho mais velho, recebeu carinho de artistas e amigos, comentando sobre a relação da mãe com a cidade de São Paulo.
“Eu vejo isso na relação dela com a cidade com uma certa dívida que ela tinha porque São Paulo era uma certa plataforma, toda a base para começar essa carreira com Os Mutantes. São Paulo tem essa coisa especial, sempre esteve na minha mãe coração, hoje será uma festa incrível”, disse.
Além das crianças, uma das irmãs de Rita, Virginia Lee Jones, esteve presente desde o início do avivamento.
Walter Casagrande, Eduardo Suplicy, Serginho Groisman, Pedro Bial e Rita Cadillac também foram prestar suas homenagens.
Durante a cerimônia, uma projeção estática com imagens do céu de 31 de dezembro de 1947, data de nascimento do artista, é exibida no teto do planetário.
Os primeiros fãs chegaram ao local por volta das cinco horas da manhã. Após prestarem suas homenagens, eles deixaram o local cantando as famosas canções do artista.
A pedido de Rita, seu corpo será cremado em cerimônia reservada a familiares e amigos.
A relação de Rita Lee com o Ibirapuera
Em sua primeira autobiografia, “Rita Lee — uma autobiografia”, publicada em 2016, a cantora escreveu um capítulo sobre a relação que teve com o local que se tornou o Parque do Ibirapuera, chamado pela artista de “floresta encantada”: um lugar ideal para o meio ambiente . em um pequeno acampamento e fazer piqueniques aos domingos.
Na peça, a cantora também imaginou como seriam os minutos após sua morte. E nas nove linhas que escreveu sobre esse momento, aproveitou para alertar os políticos:
“Nenhum político se atreve a assistir ao meu velório porque nunca subi no palco de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los.
Segundo a cantora, as visitas ao Ibirapuera foram realizadas em um grupo de seis mulheres. Cada um escolhia uma árvore ou planta para cuidar, retirando folhas secas e ervas daninhas. Eles também plantaram árvores frutíferas e vegetais ao redor do parque.
Recordando a inauguração do parque, para comemorar os 400 anos da cidade de São Paulo, Rita refere que “acabou o sonho” – os seus pequenos jardins foram destruídos e a floresta deu lugar ao asfalto, cimento e “prédios de gosto duvidoso “.
Pai da cantora não aprovou intervenção no espaço e recusou-se a comparecer à festa de lançamento
Mesmo assim, o Parque do Ibirapuera continuou sendo um lugar marcante na vida de Rita e foi citado diversas vezes nos capítulos do livro.
No capítulo intitulado “Mutatis Mutandis”, Rita Lee conta que ia todas as semanas ao planetário do Ibirapuera, era seu “plantão semanal”, a visita era seguida de um banana split em uma lanchonete próxima.
Fonte: G1