Morre aos 91 anos Quincy Jones, Lenda do Pop e Jazz Norte-Americano

Artista faleceu em sua casa em Los Angeles, cercado pela família.

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© REUTERS/MARIO ANZUONI/PROIBIDA REPRODUÇÃO

Uma Vida Dedicada à Música

Quincy Jones, aclamado produtor musical, arranjador e compositor, morreu neste domingo (3) em sua casa em Los Angeles, aos 91 anos. De acordo com seu assessor, Arnold Robinson, Jones estava rodeado por familiares no momento de seu falecimento. Conhecido por sua influência incomparável no cenário musical norte-americano, o legado de Jones atravessa décadas e estilos, passando pelo jazz, pop e R&B.

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Jones deixa uma vasta contribuição para a música mundial, tendo colaborado com artistas lendários como Michael Jackson, Miles Davis e Frank Sinatra. Com uma carreira que se estendeu por mais de 65 anos, ele acumulou 27 prêmios Grammy, consolidando-se como um dos maiores nomes da música do século XX. Seu trabalho notável no álbum Thriller, de Michael Jackson, ainda é considerado um marco no pop mundial, com recordes de vendas e sucesso de crítica.

Início Humilde e Ascensão ao Estrelato

Nascido em 14 de março de 1933, em Chicago, Quincy Delight Jones Jr. enfrentou uma infância complicada e encontrou na música um refúgio. Aos 13 anos, já tocava jazz e rhythm-and-blues em casas noturnas e, aos 14, conheceu Ray Charles, ainda em início de carreira, que viria a ser uma grande influência para ele.

  • Em sua juventude, Jones passou a tocar trompete e se aperfeiçoou no jazz, sendo mentorado por grandes nomes do gênero, como Count Basie e Clark Terry.
  • Durante os anos 1950, ele realizou turnês globais com uma banda organizada pelo lendário trompetista Dizzy Gillespie.
  • Na década de 1960, Jones assumiu uma posição executiva na Mercury Records, sendo um dos primeiros executivos negros em uma grande gravadora.
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Quincy Jones durante o Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, em 2018 – REUTERS/Denis Balibouse/Proibida reprodução

Parceria Histórica com Michael Jackson

Jones deixou um impacto duradouro na indústria da música com seus projetos inovadores. Em 1979, ele se uniu a Michael Jackson para produzir Off the Wall, álbum que apresentou uma mistura inovadora de faixas dançantes e baladas. A parceria se estendeu ao histórico Thriller (1982), o álbum mais vendido de todos os tempos, que incluiu sucessos como Billie Jean e Beat It. Thriller transformou Jackson em uma superestrela global e estabeleceu Jones como um dos mais influentes produtores de sua geração.

Em 1987, Jones e Jackson lançaram Bad, que teve cinco sucessos número 1, incluindo Smooth Criminal. A parceria entre os dois artistas marcou uma era no pop e ampliou as fronteiras da música com experimentações em ritmos e fusões de gêneros.

Contribuições para o Cinema e Televisão

Além da música, Quincy Jones teve um papel fundamental no cinema e na televisão. Ele compôs trilhas para cerca de 40 filmes, incluindo clássicos como No Calor da Noite e A Sangue Frio. Ele também foi coprodutor do filme A Cor Púrpura, e produziu o programa Um Maluco no Pedaço, que impulsionou a carreira de Will Smith na década de 1990.

Jones também organizou o icônico evento beneficente We Are the World em 1985, que contou com uma variedade de artistas de peso, incluindo Ray Charles, Bob Dylan e Diana Ross. O projeto arrecadou milhões para ajudar a combater a fome na Etiópia, simbolizando o papel de Jones como um verdadeiro visionário.

Legado e Família

Quincy Jones deixa uma marca duradoura no mundo da música e na vida de seus familiares. Casado três vezes e pai de sete filhos, incluindo a atriz Rashida Jones, ele foi um pai presente e um mentor para muitos. Até seus últimos anos, continuou envolvido em projetos musicais e culturais, sendo também fundador da revista Vibe e de diversas iniciativas humanitárias.

Em 2018, aos 84 anos, Jones declarou à revista GQ: “Nunca estive tão ocupado em minha vida”. Sua dedicação e paixão pela música nunca esmoreceram, confirmando o que muitos sempre souberam: Quincy Jones era, acima de tudo, um verdadeiro ícone cultural e musical.

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