Morre o ator Alain Delon, aos 88 anos: ‘Um monumento francês’

Alain Delon, um dos maiores nomes do cinema francês, faleceu aos 88 anos na madrugada deste domingo, 18. A notícia foi confirmada por sua família, que emitiu uma nota à imprensa francesa informando o falecimento. A causa da morte não foi divulgada, mas o ator enfrentava problemas de saúde desde 2019, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC).

Delon, conhecido por sua beleza estonteante e talento incontestável, brilhou em clássicos dos anos 1960 e 1970 sob a direção de cineastas renomados como Jean-Pierre Melville e Michelangelo Antonioni. Filmes como “O sol por testemunha” e “O samurai” consolidaram seu status como um dos maiores astros do cinema europeu.

O presidente francês Emmanuel Macron lamentou a morte de Delon, descrevendo-o como “um monumento francês” e um ícone que fez o mundo sonhar. Além de sua extensa carreira no cinema, Delon também esteve envolvido em controvérsias pessoais e políticas, incluindo apoio ao líder da extrema direita Jean-Marie Le Pen.

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Carreira brilhante e legado no cinema francês

Alain Delon nasceu em Sceaux, nos arredores de Paris, em 1935. Durante sua infância, viveu em orfanatos e lares temporários, e, em 1953, alistou-se na Marinha francesa, participando da guerra no Vietnã. Após seu retorno, iniciou sua carreira no cinema com pequenos papéis, mas rapidamente se destacou como um dos homens mais bonitos e talentosos de sua geração.

O sucesso veio em filmes como “Rocco e seus irmãos” (1960) e “O leopardo” (1963), que elevaram sua carreira ao estrelato internacional. Ao longo das décadas de 1960 e 1970, Delon protagonizou mais de 90 filmes, consolidando sua imagem como um dos grandes ícones do cinema mundial.

Desde 2019, após o AVC, Delon enfrentava problemas de saúde e, em 2022, expressou seu desejo de recorrer ao suicídio assistido na Suíça, onde a prática é legal.

Conflitos pessoais e familiares

A vida pessoal de Delon foi marcada por polêmicas. Acusações de violência doméstica e assédio sexual surgiram ao longo dos anos, manchando sua reputação. Além disso, o ator foi alvo de críticas por suas declarações políticas, como seu apoio ao partido de extrema direita Frente Nacional.

A disputa familiar em torno de sua herança também chamou a atenção da mídia francesa. Seus filhos, Anthony, Anouchka e Alain Fabien, lutaram publicamente contra Hiromi Rollin, ex-cuidadora e companheira de Delon, acusando-a de explorar o ator durante seus últimos anos de vida.

Últimos anos e tributo de seus filhos

Apesar das polêmicas, Delon manteve uma carreira brilhante, encerrando suas atividades como ator em 1997, mas retornando brevemente ao cinema em 2008, no filme “Asterix nos Jogos Olímpicos”. Sua última aparição pública foi em maio de 2019, ao receber a Palma de Ouro honorária no Festival de Cannes, uma homenagem à sua trajetória no cinema.

Em uma mensagem emocionante divulgada nas redes sociais em 2022, Delon se despediu de seus fãs, afirmando que sua vida havia sido bela, mas cheia de provações. Seus filhos, presentes em seu falecimento, pediram respeito à privacidade da família neste momento de luto.

A despedida de um ícone do cinema

Alain Delon será lembrado não apenas por sua beleza e talento, mas pelo impacto cultural e artístico que deixou no cinema mundial. Seus filmes e personagens icônicos continuam a inspirar novas gerações de atores e cineastas.

Ao longo de sua vida, Delon enfrentou muitos desafios pessoais, mas seu legado como um dos maiores atores franceses permanece intacto. Sua contribuição ao cinema e sua influência em diversas áreas da cultura francesa fazem de sua morte um momento de profunda reflexão e homenagem.