Silvio Santos, apresentador e dono do SBT, morre aos 93 anos

 

Silvio Santos, ícone da televisão brasileira, morre aos 93 anos

Morreu neste sábado, 17 de agosto, o apresentador e dono do SBT, Silvio Santos, aos 93 anos. A informação foi confirmada pela emissora. Silvio estava internado desde o início de julho devido a complicações de uma gripe H1N1. Seu falecimento marca o fim de uma era na televisão brasileira, onde ele se destacou por décadas com seu carisma e talento incomparável.

Silvio Santos, nascido Senor Abravanel, construiu um império na mídia, além de ser um dos empresários mais bem-sucedidos do Brasil. Ele se tornou referência em comunicação, levando alegria e entretenimento aos lares brasileiros por mais de 60 anos. Sua carreira é marcada por uma trajetória que começou nas ruas como camelô e culminou na fundação do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).

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Veja abaixo um resumo de sua brilhante trajetória, desde seus primeiros passos até se tornar um dos maiores nomes da história da TV brasileira.


De camelô a empresário de sucesso

Silvio Santos nasceu em 12 de dezembro de 1930, no Rio de Janeiro, filho de imigrantes judeus. Ele cresceu no bairro da Lapa, em uma família humilde com cinco irmãos. Desde jovem, mostrou habilidade para negócios. Aos 14 anos, começou a vender capinhas para título de eleitor nas ruas do Rio, encontrando uma maneira inovadora de contornar a repressão ao comércio ambulante da época.

Com uma personalidade carismática e uma voz marcante, Silvio foi convidado a fazer um teste na Rádio Guanabara, onde venceu um concurso de locutores. Ainda assim, o jovem empreendedor decidiu voltar ao trabalho como camelô, que, segundo ele, era mais lucrativo.

Aos 20 anos, Silvio se mudou para São Paulo, onde começou a apresentar espetáculos e sorteios em caravanas de artistas. Sua habilidade como comunicador o levou a novas oportunidades, como a criação de uma revista e, mais tarde, o famoso Baú da Felicidade, que se tornaria o primeiro grande negócio de sua carreira.


O Baú da Felicidade e o Grupo Silvio Santos

O Baú da Felicidade, inicialmente um sistema de carnês para a compra de brinquedos, evoluiu para um verdadeiro império empresarial. Ao longo dos anos, o Baú passou a oferecer eletrodomésticos e até imóveis, o que levou à criação do Grupo Silvio Santos em 1962. Sob sua liderança, o grupo cresceu, abrangendo várias empresas em setores distintos, consolidando Silvio Santos como um dos mais importantes empresários do Brasil.

Com visão de negócios afiada, Silvio diversificou seus investimentos e criou empresas que atenderam desde o setor de construção até a produção cinematográfica. Ele sempre soube reinventar seus negócios, adaptando-se às necessidades do público e mantendo sua relevância por décadas.


A criação do SBT

Na década de 70, Silvio já era uma estrela da televisão, apresentando o programa Baú da Felicidade, que mais tarde se transformaria no famoso Programa Silvio Santos. Seu desejo de ter uma emissora própria levou à compra do Canal 11, no Rio de Janeiro, em 1975. Com um investimento de 10 milhões de cruzeiros, Silvio deu o primeiro passo para a criação do SBT.

Em 1981, ele conseguiu a concessão de mais quatro canais, formando o Sistema Brasileiro de Televisão. Nas décadas seguintes, o SBT se consolidou como a segunda maior emissora do Brasil, sendo conhecida por sua programação diversificada e pelo carisma de seu fundador, que sempre esteve à frente das câmeras com seu inconfundível “quem quer dinheiro?”.


Tentativas na política e legado

Além de empresário e comunicador, Silvio Santos também tentou entrar para a política. Em 1988, ele chegou a considerar disputar a prefeitura de São Paulo, mas a candidatura não foi para frente. Já em 1989, ele se candidatou à presidência da República, mas teve sua candidatura impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Silvio deixa um legado imenso para a televisão e para o empresariado brasileiro. Sua história inspirou a série “O Rei da TV”, disponível no Star+, que narra sua trajetória desde os tempos de camelô até se tornar uma das figuras mais influentes do país.

Com sua partida, o Brasil se despede de um dos maiores ícones da comunicação, cuja marca será lembrada por gerações.