The Town faz escolhas erradas no Rock mas Foo Fighters salvou; veja como foi o 4º dia de Festival

Único dia roqueiro da programação foi marcado por homenagem a Taylor Hawkins, um ano após a morte do baterista do Foo Fighters. Nostalgia dominou shows de Pitty e Detonautas.

Homenagem Emocional ao Baterista:

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O único dia roqueiro da programação do The Town foi marcado por um show emotivo do Foo Fighters. Pouco mais de um ano após a morte de Taylor Hawkins, a banda de Seattle (EUA) fez uma homenagem ao baterista, a quem dedicou a música “Aurora”. “Vamos tocar para sempre essa música, porque era a preferida do Taylor. Gritem pelo Taylor”, pediu o vocalista Dave Grohl.

Foo Fighters se apresenta no The Town 2023 — Foto: Luiz Gabriel Franco/g1

A Plateia Ansiosa e a Surpresa com o Yeah Yeah Yeahs

Ansiosos pelo principal show da noite, os fãs do Foo Fighters não deram chance ao Yeah Yeah Yeahs, que se apresentou antes no maior palco do evento. Sucesso nas baladinhas de indie rock entre as décadas de 2000 e 2010, o trio foi escolhido para substituir o Queens Of Stone Age, que cancelou a participação por “orientações médicas”, mas acabou fazendo um show competente para uma plateia apática.

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Nostalgia no Palco com Pitty:

No restante do tempo, o penúltimo dia do The Town teve muita nostalgia: Pitty celebrou os 20 anos de seu álbum mais emblemático, “Admirável Chip Novo”; o Barão Vermelho tocou sucessos roqueiros dos anos 1980 e 90; e o Detonautas lembrou hits que tocavam sem parar nos anos 2000.

A Emoção do Foo Fighters:

Poucas bandas fazem um “classic rock” tão competente, ao vivo e em estúdio, como o Foo Fighters. Para alguns, o rock de arena da banda americana pode ser populista demais, ou clichê demais, mas a maioria dos cerca de 100 mil fãs no The Town cantou e se emocionou. É natural que Dave Grohl e seus companheiros estejam mais emotivos. No ano passado, o líder do Foo Fighters teve que lidar com a morte do baterista Taylor Hawkins, em março de 2022. A perda influencia o setlist da atual turnê. A bonita “Aurora”, do disco “There Is Nothing Left to Lose” (1999), é dedicada a ele. “Você acredita que há algo mais, para aliviar seu vazio”, canta Grohl no começo.

Dave Grohl e o Foo Fighters no The Town — Foto: Edilson Dantas / O Globo

Wet Leg: Uma Atração Diferente:

O Wet Leg provou ser uma atração diferente das outras do The Town 2023. Um dos poucos nomes do line-up a fazer sua estreia no Brasil, a dupla inglesa se mostrou avessa aos truques de festival tão repetidos por seus pares. Não teve cover. Não teve convidado. Não teve show de luzes. Não teve também público, é verdade. Só teve indie rock carismático, barulhento e delicioso.

Yeah Yeah Yeahs e a Reação do Público:

Sucesso nas baladinhas de indie rock entre as décadas de 2000 e 2010, o trio do Yeah Yeah Yeahs fez uma apresentação competente e barulhenta. Uma pena que o público não deu nem uma chance. O grupo subiu ao palco para substituir Queens Of Stone Age, que cancelou a vinda por “orientações médicas”. Os estilos são diferentes, sim, e a plateia estranhou. Durante o show, a maioria das pessoas conversava, questionava a troca dos músicos ou procurava um lugar melhor para esperar os Foo Fighters. A apresentação foi interrompida por alguns instantes após uma mulher ficar presa na tirolesa, em frente ao palco.

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Barão Vermelho e o Karaokê de Rock Nacional:

Os anos de 1980 e 1990 pousaram no The Town durante o show do Barão Vermelho. Foi como se a Cidade da Música tivesse deixado por alguns instantes sua pose de “festival shopping center” para se tornar um clássico karaokê de rock nacional. A setlist praticamente não deixou os lábios do público sossegar. Entregou exatamente o que as pessoas queriam: hits e mais hits. Samuel Rosa, a voz do Skank, dividiu o palco The One com a banda e incrementou à onda agitada os sucessos “Vou Deixar”, “Ainda Gosto Dela” e “Puro Êxtase”.

Garbage e sua Energia Renovada:

Liderada pela escocesa Shirley Manson, Garbage fez um show enérgico que serviu de aquecimento para os fãs do Foo Fighters, que também se apresentaram no palco Skyline. De volta ao país sete anos depois da última passagem, o quarteto mostrou que está muito bem vivo — e alerta. A apresentação poderia ter durado um pouco mais com outras músicas marcantes da banda, no entanto.

Garbage no palco Skyline do The Town — Foto: Reprodução

Detonautas e a Fusão de Gerações Musicais:

Os roqueiros do Detonautas se uniram à cena good vibes, no The Town. Ao lado de Vitor Kley, os músicos tocaram tanto seus hits que marcaram os anos 2000 quanto canções recentes de aplaudir o sol. Ironicamente, o público dançou sob um céu fechado que ameaçava despencar a qualquer momento. A passagem de Kley foi rápida. Recebendo juras de amor do vocalista Tico Santa Cruz, o gaúcho dividiu o palco com o grupo durante três músicas: “Morena”, “O Sol” e “O Dia Que Não Terminou”.

Tico Santa Cruz, do Detonautas, no The Town 2023 — Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

Pitty e a Celebração Nostálgica:

A abertura do show de Pitty no The Town já sinalizava que começava ali um divertido baile nostálgico. A cantora está em turnê para celebrar o aniversário do “Admirável Chip Novo”, seu álbum de estreia e o mais emblemático. Ela levou parte da performance à apresentação no festival. “Teto de Vidro” e a música-título, primeiras do disco, também iniciaram o setlist, que seguiu com mais hits roqueiros do início dos anos 2000.

Terno Rei e o Supergrupo dos Sonhos:

O Terno Rei é uma banda fofa, bem fofinha, mas costuma fazer shows um pouco cansativos. No The Town, a história foi diferente. Ao lado de Mahmundi e Fernanda Takai eles montaram uma banda dos sonhos. O supergrupo tocou “Tempo perdido”, do Legião Urbana, “Sem Necessidade”, da própria Mahmundi, e “Canção Pra Você Viver Mais”, do Pato Fu.

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