Em delação, Mauro Cid afirma que Bolsonaro ordenou a falsificação dos registros de vacinação dele e da filha

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Tenente-coronel do Exército afirmou à Polícia Federal que ex-presidente exigiu documento falso para ele e a filha Laura

Por Clayton Lima, Nitro News Brasil, 19 de março de 2024 ás 12:10

O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, disse em delação premiada à Polícia Federal que o ex-presidente o ordenou a fraudar os registros de vacinação contra a Covid-19 dele e da filha Laura Bolsonaro. O ex-presidente, contudo, nega que tenha feito a solicitação. Nesta terça-feira (19), a Polícia Federal indiciou Bolsonaro, Cid e mais 15 pessoas no inquérito sobre a falsificação em carteiras de vacinação.

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No relatório que embasou os indiciamentos, a Polícia Federal cita um trecho da delação de Cid. Segundo a corporação, quando Bolsonaro tomou conhecimento de que Cid possuía cartões de vacinação contra a Covid-19 em seu nome e em nome de seus familiares, ordenou ao militar que fizesse as inserções para obtenção dos cartões ideologicamente falsos para ele e Laura.

No depoimento, Cid afirmou que “o presidente, após saber que o colaborador [Cid] possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o colaborador fizesse para ele também” e “que o ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha, Laura Bolsonaro”. À PF, Cid disse também que entregou os documentos falsificados nas mãos de Bolsonaro.

Também em depoimento à Polícia Federal, Bolsonaro negou que tenha solicitado a Cid que emitisse um certificado com dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em nome dele. O ex-presidente disse que não fez o pedido pois, como jamais tomou vacina contra a doença, não haveria motivo para a elaboração do certificado.

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O ex-presidente foi indiciado pela PF pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas da Covid-19. Ambos os delitos estão previstos no Código Penal e a pena máxima para os dois crimes somados é de 15 anos de prisão.

Agora, o inquérito policial com o indiciamento de Bolsonaro será encaminhado ao Ministério Público, que vai analisar se há ou não provas contra o ex-presidente. Se o órgão considerar que existem indícios suficientes para incriminar Bolsonaro, vai apresentar uma denúncia à Justiça. Caso contrário, pode pedir o arquivamento do caso.

O advogado do ex-presidente, Fabio Wajngarten, lamentou o indiciamento de Bolsonaro e reclamou que a informação tenha sido revelada pela imprensa. “Vazamentos continuam aos montes ou melhor aos litros. É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial.”

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