Nesta quarta-feira (2), o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques iranianos contra Israel, ocorridos no dia anterior. O pronunciamento foi feito durante uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU, convocada para discutir a escalada do conflito entre os dois países. Além de condenar o ataque, Guterres pediu que Israel e Irã evitem um confronto direto e solicitou uma solução pacífica para a questão palestina.
A ofensiva do Irã, que disparou cerca de 200 mísseis balísticos em direção a Israel na terça-feira (1º), intensificou os combates na região. O Exército israelense respondeu com bombardeios aéreos em Beirute e outras cidades do Líbano, mirando alvos ligados ao Hezbollah, conforme informaram fontes militares de Israel.
Operação militar e o envolvimento do Brasil
Enquanto isso, no sul do Líbano, as tropas israelenses continuam a avançar em operações terrestres. Um soldado israelense morreu durante os combates na região de fronteira. O governo brasileiro anunciou que iniciará uma operação de resgate para retirar seus cidadãos que estão no Líbano, devido à escalada dos conflitos.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instruiu as forças armadas norte-americanas a apoiar Israel no abatimento de mísseis iranianos. A intervenção dos EUA reforça o apoio incondicional de Washington ao Estado israelense, especialmente em meio à tensão crescente entre Israel e seus vizinhos.
Reação de Israel e o status de Guterres
Após o ataque iraniano, o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, classificou o incidente como “sério” e alertou que “haverá consequências”. A resposta de Israel aos mísseis disparados pelo Irã gerou uma série de ataques aéreos nas cidades libanesas e em áreas controladas pelo Hezbollah.
Curiosamente, antes da declaração de Guterres condenando os ataques, Israel havia declarado o secretário-geral da ONU persona non grata, em resposta ao que consideraram uma omissão em condenar o Irã de imediato. No entanto, o discurso de Guterres durante a reunião da ONU suavizou as tensões diplomáticas, ainda que o governo israelense siga atento à postura das Nações Unidas no conflito.
Irã diz agir em legítima defesa
O governo iraniano, por sua vez, afirma que não está interessado em uma guerra mais ampla com Israel, mas que agiu em “legítima defesa”. A porta-voz iraniana Fatemeh Mohajerani responsabilizou Israel pela escalada das tensões na região, reiterando que Teerã apenas respondeu às provocações israelenses. Segundo o exército israelense, dos 180 mísseis disparados pelo Irã, a maioria foi interceptada pelo sistema de defesa de Israel, mas alguns atingiram áreas centrais do país, causando danos em várias casas.
Em resposta aos ataques, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou que o Irã cometeu um “grande erro” e que “pagará” por isso. Netanyahu reiterou que Israel está determinado a defender seu território e retaliar qualquer agressão externa, deixando claro que a ofensiva contra o Irã continuará.
Evolução dos combates e impacto regional
Enquanto o confronto entre Israel e o Irã escala, a situação na região continua tensa. Israel anunciou o envio de mais tropas ao sul do Líbano para fortalecer sua incursão terrestre, enquanto a região de Gaza também segue sendo alvo de ataques israelenses. Ao menos 90 pessoas morreram em Gaza desde a noite anterior, incluindo 51 vítimas em Khan Younis, conforme informado pelo Ministério da Saúde de Gaza.
Além disso, o grupo Houthi, militante do Iêmen, afirmou ter disparado três mísseis de cruzeiro em direção a Israel, alegando que os ataques atingiram seus alvos com sucesso. No entanto, as autoridades israelenses não confirmaram a veracidade dessa informação.