Na ONU, Zelensky acusa a Rússia de genocídio e pede punição; “Não se pode confiar no mal”

O líder ucraniano denuncia crimes russos na Assembleia da ONU e se encontrará com Lula nos EUA

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, escolheu a Assembleia da ONU como palco para denunciar a Rússia por genocídio e exigir a responsabilização. Em um discurso contundente, ele abordou diversos desafios enfrentados pela Ucrânia desde o início do conflito com a Rússia, que eclodiu em fevereiro do ano anterior. Esta foi a primeira vez que Zelensky participou pessoalmente do evento em Nova York, após participações remotas em 2022.

Simbolismo na indumentária

Em uma ação simbólica, Zelensky optou por vestir uma camisa verde-musgo durante seu pronunciamento, em contraste com a vestimenta formal dos líderes ocidentais presentes. A escolha da vestimenta pode ter sido um gesto destinado a simbolizar a crueza da situação enfrentada por seu país.

Desarmamento nuclear em pauta

Um dos pontos centrais do discurso de Zelensky foi a questão do desarmamento nuclear. Ele questionou a posse de armas nucleares pela Rússia, enquanto a Ucrânia voluntariamente abdicou de seu arsenal nuclear nos anos 1990. A disparidade nessa distribuição de armas nucleares foi enfatizada pelo líder ucraniano ao afirmar que “terroristas não têm direito de ter armas nucleares”.

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Consequências catastróficas

O presidente Zelensky alertou sobre as consequências catastróficas de um conflito armado em que armas nucleares estão envolvidas. Sua declaração de que cada guerra poderia ser potencialmente a última destacou a gravidade da situação e a necessidade de a comunidade internacional agir de maneira decisiva para evitar um desastre de proporções inimagináveis.

Alimentos como arma de guerra

Zelensky também condenou a Rússia por empregar táticas cruéis, como bloquear portos ucranianos e atacá-los com mísseis e drones, visando à privação de alimentos em escala global. Ele enfatizou que isso constituía uma tentativa russa de utilizar a falta de comida como arma, exacerbando ainda mais o sofrimento humano na região.

Energia como instrumento de pressão

Além disso, o líder ucraniano acusou a Rússia de usar a energia como arma política. Ele mencionou o uso de óleo e gás como instrumentos para enfraquecer líderes de outros países e alertou para a crescente ameaça envolvendo energia nuclear. Zelensky ilustrou isso com o exemplo da ocupação russa da região da usina de Zapozhizhia, demonstrando como a Rússia estava transformando usinas de energia em potenciais bombas.

Resgate das crianças e ordem de prisão

Zelensky também expressou sua preocupação com a deportação de crianças ucranianas para a Rússia, alegando que centenas de milhares delas foram raptadas em territórios ocupados por Moscou. Ele mencionou a ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional contra o presidente russo, Vladimir Putin, em decorrência desses supostos crimes.

Novos desenvolvimentos

A mídia estatal de Belarus relatou que 48 crianças ucranianas chegaram ao país vindo de regiões ucranianas que a Rússia alega ter anexado, adicionando mais complexidade a essa triste situação.

Negociações e apelo à unidade

Zelensky concluiu seu discurso com um apelo à unidade internacional, enfatizando a necessidade de enfrentar o agressor e buscar uma solução pacífica para a crise. Ele também reiterou a proposta de paz da Ucrânia, que visa preservar a integridade territorial e soberania do país, enquanto questionava a confiabilidade das negociações com a Rússia.

Encontro com Lula

Além disso, Zelensky e o ex-presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, devem realizar seu primeiro encontro bilateral presencial na quarta-feira. O encontro está programado para a parte da tarde, após Lula se encontrar com o presidente americano, Joe Biden, refletindo o interesse internacional em buscar soluções para a crise na Ucrânia.