Desde sua criação, o Simpatia é Quase Amor levanta bandeiras políticas. “Democracia é a nossa palavra-chave. Democracia sempre!” disse à Agência Brasil Dodô Brandão, diretor do bloco. O Simpatia começou pequeno, mas agora reúne cerca de 350 mil foliões. “A gente não consegue contar mais. Quem conta é a Polícia Militar. Aí a gente sabe quantas pessoas foram. Eu subo no caminhão, olho e não consigo ver o final do bloco.”
Dodô Brandão lembrou que o bloco teve início entre amigos. Eram jornalistas, economistas, engenheiros e médicos, “todo mundo saindo da faculdade, e o Brasil mudando também”.
“Tinha uma certa ânsia de ir para a rua. A turma pensou como poderia ganhar a rua. A solução de consenso foi: ‘vamos fazer um bloco. Vamos ganhar a rua. Era Diretas Já, os anistiados tinham voltado para o Brasil, e estava aquela onda de redemocratização. O bloco foi nessa onda. Alguém deu a ideia do nome, que é um personagem do Aldir Blanc. Convidamos o Aldir, que é o patrono do bloco, e aí a coisa começou.”
No carnaval deste ano, o bloco sai com dois carros de som. O carro extra é para receber as pessoas que já colaboraram com a agremiação, entre os quais autores dos desenhos das camisetas e compositores dos sambas. “É para receber as pessoas que estiverem no Rio, dispostas a comemorar os 40 anos com a gente. Todo mundo que já colaborou. Este ano, o homenageado somos nós mesmos”, afirmou Dodô.
A jogadora de vôlei Isabel Salgado foi a primeira musa do bloco e reinou durante alguns anos. O humorista Bussunda foi o Rei Momo. “Assim foi indo, as pessoas foram chegando. Muitos de nós somos filhos da Banda de Ipanema. Albino [Pinheiro] é o padrinho do bloco, que tem Dona Zica, da Portela, como madrinha. Aí, foi juntando gente. Hoje é essa coisa imensa. Passou rápido, mas nem doeu.”
Animado, Dodô Brandão disse que já está pronto para os novos 40 anos do bloco. “Estamos nos preparando para isso”, afirmou.