O documentário brasileiro Quando Falta o Ar, de Anna Petta e Helena Petta, e O Filme da Sacada, de Pawel Lozinski, são os grandes vencedores do Festival É Tudo Verdade, evento anual dedicado à produção documental. O anúncio foi feito na noite de ontem (10).
O filme Quando Falta o Ar foi eleito o vencedor da competição brasileira de longas e médias-metragens. O documentário aborda a pandemia da covid-19 e destaca a luta diária dos trabalhadores do sistema de saúde público brasileiro.
Para o júri do festival, o longa brasileiro “é um registro precioso de uma memória coletiva ainda recente e um registro inestimável da importância do Sistema Único de Saúde, o SUS”.
“As diretoras conseguem ampliar o entendimento da tragédia humanitária em várias perspectivas: desde os agentes comunitários que trabalham na prevenção até as Unidades de Tratamento Intensivo dos Hospitais, passando pelos corpos ensacados e enterrados em quantidades assustadoras. Tudo feito com um olhar extremamente cuidadoso de quem sabe construir e captar cenas que valorizam os sentimentos humanos dos indivíduos retratados”, justificou o júri sobre a escolha do premiado.
O festival também premiou outros documentários nacionais. Sinfonia de Um Homem Comum, de José Joffily, recebeu menção honrosa. O melhor curta da competição brasileira foi Cantos de um Livro Sagrado, de Cesar Gananian e Cassiana der Haroutiounian. Cadê Heleny?, dirigido por Esther Vital, foi escolhido como a menção honrosa na competição nacional de curtas.
Competição internacional
Já na competição internacional, o premiado foi o polonês O Filme da Sacada, construído por meio de conversas do diretor com transeuntes que passam pela rua sob a sacada de seu apartamento em Varsóvia. Ele foi escolhido por unanimidade para o prêmio. “Além do lirismo das personagens, a originalidade do dispositivo narrativo une a simplicidade da ideia genial com a postura de escuta paciente e sensível do realizador polonês Pawel Lozinski”, disse o júri do festival.
Entre os demais filmes internacionais premiados na noite de ontem está Ultravioleta e as Gangues Cuspidoras de Sangue (França), de Robin Huzinger, que recebeu do júri uma menção honrosa. Como Se Mede Um Ano?, de Jay Rosenblatt (EUA), foi escolhido pelo júri como melhor curta da competição. O júri também outorgou uma menção especial para o curta Ali E Sua Ovelha Milagrosa (Iraque/Reino Unido), com direção de Maythem Ridha.
Os ganhadores dos prêmios de melhor longa brasileiro e internacional terão novas exibições no Festival É Tudo Verdade. O documentário nacional será exibido hoje (11), às 21h, na plataforma online É Tudo Verdade Play. Já o polonês será exibido amanhã (12), no mesmo horário. Os curtas nacional e internacional vencedores das mostras competitivas serão exibidos também na plataforma, a partir de hoje, respeitando o limite de visionamentos.
O Festival É Tudo Verdade é reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos e qualifica seus filmes vencedores automaticamente para inscrição na disputa do Oscar nas categorias de melhor documentário e melhor curta documental.