Fiscais do trabalho realizaram hoje (28) um ato público virtual para cobrar a punição dos acusados pelo assassinato de três colegas, em 2004, em Unaí (MG). O evento foi promovido pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) e contou com a participação dos familiares dos servidores.
No dia 28 de janeiro de 2004, os auditores fiscais do trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, além do motorista do Ministério do Trabalho Ailton Pereira de Oliveira, foram assassinados durante uma fiscalização rural no município. Os auditores apuravam uma denúncia relacionada à prática de trabalho análogo a escravidão. Desde então, a data marca o Dia do Auditor Fiscal do Trabalho.
De acordo com Bob Machado, presidente do sindicato, a categoria luta para que os familiares dos fiscais assassinados possam ver a punição dos envolvidos.
“Estamos mais uma vez reunidos para pedir Justiça, a prisão dos já condenados e que seja logo realizado o novo julgamento de um dos mandantes do bárbaro crime que ficou conhecido como Chacina de Unaí. Desde 28 de janeiro de 2004, a luta tem sido essa, para que os familiares dos auditores fiscais cicatrizem essa chaga que permanece aberta em seus corações enquanto todos os envolvidos não forem punidos”, disse.
Durante o ato, Marinez Lina de Laia, viúva de Eratóstenes, disse que espera há 17 anos pela punição dos acusados.
“Eratóstenes não merecia uma morte assim, ninguém merece uma morte como a dele, uma morte que tem bala, que tem tiro, tocaia. Toda essa situação vivenciada por eles, ninguém merece. Era uma pessoa cheia de alegria, que amava a vida”, afirmou.
Em 2018, o Tribunal Regional Federal (TRF-1), sediado em Brasília, anulou o julgamento que condenou o produtor rural Antério Mânica no caso do assassinato dos fiscais.