Governo de São Paulo foi alertado sobre risco de desastre 2 dias antes, mas moradores não foram avisados
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) afirmou que alertou com dois dias de antecedência o governo de São Paulo e a prefeitura de São Sebastião sobre o risco de desastre na cidade em razão das fortes chuvas. O alerta mencionava a Vila do Sahy, onde ocorreu o deslizamento que resultou em mais de 30 mortes.
Embora os órgãos públicos tenham sido notificados, muitos moradores afirmam que não foram alertados pela Defesa Civil e que não receberam nenhum pedido para deixar suas casas, mesmo diante do perigo de deslizamento.
O Cemaden é um órgão federal que opera 24 horas por dia, monitorando, em todo o território nacional, as áreas de risco dos municípios classificados como vulneráveis a desastres naturais. Seu papel é acompanhar os índices meteorológicos e geológicos, emitindo alertas para que os órgãos de prevenção atuem nas áreas.
A tragédia deixou 48 mortos, com mais de 50 pessoas desaparecidas, e levou o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e o governador de São Paulo, João Doria, a reconhecerem falhas no sistema de alerta.
Embora a Defesa Civil do estado de São Paulo tenha enviado um alerta por SMS para 34 mil pessoas cadastradas no sistema, citando apenas “chuva isolada” em Ubatuba e áreas próximas, o Cemaden enviou alertas adicionais ao longo dos dias 17 e 18 de fevereiro.
Os órgãos públicos e autoridades locais foram informados sobre o risco de deslizamento com antecedência, mas muitos moradores afirmam que não foram alertados, o que gerou críticas à gestão pública. Até o momento, a prefeitura de São Sebastião não se manifestou sobre o ocorrido.