Guarda-costas dos Chefes do Tráfico TH e Zequinha Estão Entre os Mortos em Operação do Bope no Complexo da Maré, no Rio

Operação no Complexo da Maré

Francisco Jorge da Conceição de Freitas, o Divo, (esquerda) e Wedson Ferreira Pereira, o Digdum (direita)
Reprodução

Rio de Janeiro – Em uma operação intensa no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) confrontaram e abateram dois homens identificados como seguranças de lideranças do tráfico de drogas na região. Francisco Jorge da Conceição de Freitas, conhecido como Divo ou Divulgado, e Wedson Ferreira Pereira, apelidado de Digdum, foram mortos durante o confronto. A operação, que começou na manhã desta terça-feira (11), resultou em um saldo significativo de mortos, feridos e presos.

Mortes e Prisões Marcam Confronto

Francisco Jorge da Conceição de Freitas, conhecido como Divo ou Divulgado, era considerado um dos principais seguranças de Zequinha, apontado como gerente do tráfico na comunidade. Segundo uma denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, Divo esteve envolvido em transações financeiras suspeitas que somam R$ 6 milhões entre julho de 2018 e abril de 2019. O montante teria sido depositado em contas ligadas à facção Terceiro Comando Puro (TCP), oriundo do tráfico de entorpecentes.

Wedson Ferreira Pereira, ou Digdum, atuava como guarda-costas de Thiago da Silva Folly, conhecido como TH, principal liderança do TCP no Complexo da Maré. Digdum, com um histórico criminal, foi condenado a cinco anos e seis meses de prisão em 2013, após ser preso em flagrante com armamento pesado na mesma comunidade.

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Desdobramentos da Operação

A operação do Bope se estendeu por mais de 15 horas, resultando na prisão de 24 suspeitos e na morte de cinco pessoas. Entre os mortos estão Francisco Jorge e Wedson Ferreira, além do sargento Jorge Galdino Cruz, de 32 anos. A ação teve início por volta das 6h da manhã e contou com um grande contingente policial.

Revalci Rosa Agues, um morador da comunidade de 75 anos, foi atingido por um tiro durante o confronto e está internado em estado estável no Hospital Estadual Getúlio Vargas. Outro policial, Rafael Dias Holfgramm, ficou ferido e passou por uma cirurgia no Hospital Federal de Bonsucesso. Seu estado também é considerado estável.

Repercussão e Detalhes da Operação

Durante a operação, a polícia apreendeu um arsenal composto por 11 fuzis, uma metralhadora antiaérea, cinco pistolas, uma espingarda calibre .12, além de seis carros roubados, duas motos e uma quantidade significativa de drogas. Um esconderijo utilizado por traficantes do TCP foi descoberto no interior da comunidade. Todo o material apreendido foi encaminhado à 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso), enquanto os veículos recuperados foram levados para o pátio do 22º Batalhão da Polícia Militar (Maré).

Entre os 24 presos, sete são oriundos de Minas Gerais, dos quais cinco estavam foragidos da justiça. A identificação de outros dois homens mortos ainda não foi divulgada. Francisco Jorge e Wedson morreram a caminho do Hospital Federal de Bonsucesso, consolidando um golpe significativo nas operações do tráfico local.

A operação gerou uma repercussão significativa na comunidade e entre as autoridades. O comandante do Bope afirmou que a ação visava desarticular a estrutura do TCP no Complexo da Maré, enfraquecendo o controle territorial dos traficantes. Especialistas em segurança pública destacam a importância de operações integradas para combater o tráfico de drogas, mas também ressaltam a necessidade de políticas públicas que promovam a inclusão social e reduzam a violência nas comunidades.

A operação do Bope no Complexo da Maré evidenciou a contínua luta entre forças de segurança e o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Com a morte de figuras chave como Francisco Jorge e Wedson Ferreira, a polícia espera desarticular parcialmente as atividades do TCP na região. A comunidade, contudo, permanece em estado de alerta, aguardando os próximos desdobramentos dessa guerra incessante.