Há 30 anos seleção brasileira pôs fim a longo jejum ao faturar o tetra

O ano de 1994 entrou definitivamente na história do futebol brasileiro quando em 17 de julho, na Califórnia (Estados Unidos), o escrete canarinho comandado pelo técnico Carlos Alberto Parreira pôs fim a jejum de 24 anos sem títulos mundiais – o anterior fora conquistado na Copa do México (1970). Ao longo desta quarta-feira (17)  os 30 anos do tetra da seleção brasileira foram celebrados pelos protagonistas da conquista, pela Fifa e pela CBF. 

O tetra mundial do Brasil foi alcançado após uma final extenuante. Foram 90 minutos de jogo truncado entre Brasil e Itália – em parte devido ao calor intenso no hemisfério norte. O jogo começou próximo ao meio-dia nos Estados Unidos (à tarde no horário de Brasília). Os dois times lutavam pelo quarto título mundial. O Brasil colecionava as taças de 1958, 1962 e 1970, enquanto a Itália fora campeã mundial em 1934, 1938 e 1982. E pairava um clima de desforra por parte dos italianos, já que a Azurra havia perdido por 4 a 1 na final da Copa do México, quando o Brasil faturou o tri mundial.

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O tão aguardado duelo da final da Copa de 1994 no estádio Rose Bowl, em Pasadena, terminou sem gols, tanto no tempo normal (90 minutos) quanto na prorrogação (30 minutos). Também não faltou emoção na decisão por pênaltis. Baresi cobrou o primeiro para a Itália e isolou a bola. Na sequência, Márcio Santos chutou forte para o Brasil, mas o goleiro Pagliuca defendeu. O placar seguia zerado. Em seguida, Albertini e Evani converteram para os italianos, e Romário e Branco para os brasileiros, respectivamente. Na quarta cobrança da Itália, brilhou a estrela do goleiro Taffarel, que agarrou o chute de Massaro. Dunga, capitão da seleção, converteu o quarto pênalti, colocando o Brasil na frente do placar. Aí ocorreu o inesperado: Roberto Baggio, capitão da Itália, cobrou mal, por cima do travessão, e a bola foi parar na arquibancada. Fim de jogo! O Brasil era tetracampeão mundial com vitória por 3 a 2 nos pênaltis.

Assim que Baggio errou o chute, os integrantes da comissão técnica, entre eles Parreira e Zagallo (coordenador técnico) entraram em campo para comemorar com os jogadores. A euforia tomou conta dos brasileiros no gramado do Rose Bowl. Em meio à euforia, Nocaute (massagista da seleção) foi flagrado pela tevês dando cambalhota em campo.

A festa no Brasil adentrou a noite, com milhares de torcedores soltado o grito de campeão preso na garganta por mais de duas décadas. Os protagonistas do tetra foram os jogadores Taffarel, Jorginho, Aldair, Márcio Santos, Branco, Dunga, Mauro Silva, Mazinho, Zinho, Bebeto, Romário, Zetti, Gilmar, Ricardo Rocha, Ronaldão, Cafu, Leonardo, Raí, Paulo Sérgio, Muller, Ronaldo e Viola.

seleção tetracampeã mundial: Taffarel, Jorginho, Aldair, Mauro Silva, Márcio Santos e Branco (em pé). Mazinho, Romário, Dunga, Bebeto e Zinho (agachados) – Wilson de Carvalho/CBF/Direitos Reservados

Para chegar à final na Copa de 1994, a seleção enfileirou cinco vitórias e um empate. Estreou com triunfo de 2 a 0 contra a Rússia. Depois aplicou 3 a 0 em Camarões e fechou a fase de grupos com empate em 1 a 1 contra a Suécia. Nas oitavas, o Brasil bateu a seleção anfitriã norte-americana por 1 a 0, com gol de Bebeto na metade do segundo tempo, quando a seleção jogava com 10 em campo, devido à expulsão de Leonardo no término da primeira etapa. Nas quartas de final, o Brasil levou a melhor sobre a Holanda por 3 a 2, com um inesquecível gol de falta de Branco que desempatou o jogo a nove minutos do fim. Nas semifinais, Romário, em grande fase, foi o autor do gol da partida que classificou o Brasil à decisão do título.