A homologação da concessão de uso da área do Campus Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, onde funcionava a antiga casa de shows Canecão, foi publicada na edição desta quinta-feira (16) do Diário Oficial da União (DOU). O texto informa que a permissão é para a “implantação, operação e exploração de equipamento cultural multiúso e dos bens da concessão”, que foi a leilão no último dia 2 de fevereiro.
A elaboração do certame coube ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O vencedor foi o consórcio Bônus-Klefer, composto pelas empresas Bônus Track Entretenimento Ltda e Klefer Produções e Promoções Ltda, com a oferta de R$ 4,35 milhões. O valor, destacou o BNDES, é cerca de sete vezes superior aos R$ 625 mil definidos pelo edital como valor de outorga mínima. Com o prazo de concessão de 30 anos, o total estimado de investimentos obrigatórios chega a R$ 180 milhões, que devem contribuir para melhorar a infraestrutura acadêmica da UFRJ.
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O consórcio vencedor não foi o único a participar do certame. Teve como concorrente empresa W Torre Entretenimento e Participações, em uma disputa intensa. O BNDES informou naquele dia que o resultado só foi conhecido após o oitavo lance em viva-voz.
De acordo com o banco, o projeto prevê “a construção de um complexo cultural integrado por um local para espetáculos com capacidade mínima de três mil espectadores, uma galeria para exposições com pelo menos 320 metros quadrados e uma sala de ensaios com área mínima de 270 metros quadrados”. Além disso, no quarto ambiente do complexo haverá o Espaço Ziraldo, com área mínima de 430 metros quadrados, destinado a exposições e a apresentações. Os equipamentos, conforme o BNDES, serão compartilhados entre o vencedor do leilão, que vai fazer a exploração comercial, e a universidade.
“A nova direção do Banco quer ampliar as estruturações de projetos junto às universidades e demais instituições federais de ensino superior”, informou o diretor do BNDES, Nelson Barbosa, em texto publicado no site da instituição.
Em contrapartida, o consórcio terá que construir um restaurante universitário com capacidade para oferecer 2 mil refeições diárias e um prédio acadêmico para cerca de 4 mil estudantes, além da criação de espaços públicos arborizados no entorno.
Já a UFRJ, anualmente, poderá usar o Equipamento Cultural Multiúso por 50 dias, a galeria para exposições e a sala de ensaios por 90 e o Espaço Ziraldo por 275. Depois de concluída a concessão, todos esses empreendimentos culturais passarão para posse da universidade.
“O projeto tem como pilar a valorização do patrimônio histórico e cultural, além da cultura e do lazer, na cidade do Rio de Janeiro. Também busca fortalecer as políticas de permanência estudantil, da pesquisa, do ensino e da extensão universitária da UFRJ”, completou Nelson Barbosa, na nota divulgada pelo BNDES.