HRW denuncia o uso de fósforo branco por Israel em operações contra Gaza e Líbano

A Human Rights Watch (HRW) emitiu um comunicado impactante nesta quinta-feira, revelando informações perturbadoras sobre o uso de fósforo branco por parte de Israel em suas operações militares contra Gaza e o Líbano. A organização não governamental baseou sua denúncia em entrevistas realizadas com moradores locais e na análise de vídeos recentes que, segundo eles, evidenciam o emprego dessa arma proibida internacionalmente desde 1997 pela Convenção de Genebra.

HRW denuncia que Israel utilizou fósforo branco em operações contra Gaza e LíbanoVigilância dos Direitos Humanos

A HRW destacou que os vídeos examinados mostravam “múltiplas explosões no ar de fósforo branco disparadas com artilharia sobre o porto da Cidade de Gaza e duas localidades rurais na fronteira entre Israel e o Líbano.”

Fósforo branco: Uma ameaça proibida internacionalmente desde 1997

O fósforo branco, substância química utilizada em projéteis de artilharia, bombas e foguetes, tem propriedades inflamáveis ao entrar em contato com o oxigênio. Essa reação química gera uma temperatura intensa de 815° Celsius, produzindo uma fumaça leve e densa. Embora seja empregado para fins militares, o fósforo branco é conhecido por causar ferimentos horríveis em seres humanos, resultando em queimaduras graves que frequentemente afetam os ossos e apresentam dificuldade de cicatrização.

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Lama Fakih, diretor da HRW para o Oriente Médio e Norte da África, enfatizou que “sempre que o fósforo branco é utilizado em áreas civis sobrelotadas, representa um elevado risco de queimaduras insuportáveis ​​e sofrimento para toda a vida.”

Graves violações do Direito Internacional Humanitário

A HRW sublinhou a proibição internacional do uso do fósforo branco e ressaltou que sua utilização, especialmente em áreas civis densamente povoadas, não apenas representa sérios riscos para a população civil, mas também viola a exigência do Direito Internacional Humanitário de “tomar todas as precauções possíveis para evitar ferimentos e perda de vidas civis.”

Em sua declaração, a HRW alertou sobre as graves violações cometidas ao empregar essa arma, destacando a necessidade urgente de responsabilização pelos atos que causam danos desproporcionais à população civil.

Evidências coletadas em Gaza e Líbano

No que diz respeito ao ataque em Gaza, a HRW entrevistou testemunhas oculares em al-Mina, na cidade de Gaza, que descreveram bombardeios “consistentes com o uso de fósforo branco.” Relataram explosões no céu e a presença de “linhas brancas indo em direção ao solo”, com um deles mencionando um cheiro “sufocante”.

A organização também identificou, por meio de análise de vídeos, a utilização de projéteis de artilharia de fósforo branco de 155 mm no porto da Cidade de Gaza, corroborando as alegações feitas pelas testemunhas.

Silêncio das autoridades israelitas e a atual guerra

A HRW destacou que as autoridades israelitas permaneceram em silêncio diante das acusações de utilização de fósforo branco durante o atual conflito, que teve início no último sábado após ataques do grupo islâmico Hamas a partir de Gaza contra Israel. A falta de resposta levanta preocupações sobre a transparência e a prestação de contas em meio a alegações tão sérias de violações do direito internacional.

A comunidade internacional agora observa atentamente a evolução da situação, aguardando respostas claras e ações concretas diante das evidências apresentadas pela HRW. O uso de armas proibidas internacionalmente exige uma resposta unificada e imediata, visando a proteção dos direitos humanos e a paz na região.