Israel anunciou operações específicas e restritas contra alvos do grupo extremista Hezbollah no sul do Líbano nesta terça-feira (1º). Os EUA afirmaram concordar com a necessidade de realizar ataques ao longo da fronteira libanesa
Israel lançou uma operação terrestre limitada contra alvos do Hezbollah no sul do Líbano nesta terça-feira (1º). De acordo com fontes oficiais, a ação envolve tropas do Exército e apoio da Força Aérea. O porta-voz dos militares israelenses, Avichay Adraee, emitiu uma ordem urgente para que os residentes de mais de 20 cidades evacuem suas casas para garantir a segurança da população.
Os civis são orientados a se deslocar para a margem norte do rio Awali, que se encontra praticamente no meio do caminho entre a fronteira com Israel e Beirute. Segundo Israel, o Hezbollah estaria utilizando infraestrutura civil e moradores do sul como escudo humano, o que levanta preocupações sobre a segurança da população local.
Resposta do Hezbollah e Escalada da Tensão
O Hezbollah reagiu à incursão terrestre israelense com disparos de foguetes direcionados a diversas localidades, incluindo Tel Aviv. O grupo extremista afirma que os ataques visam instalações do serviço secreto israelense, o Mossad. Além disso, a milícia Houthi, apoiada pelo Irã e que atua no Iémen, também declarou ter disparado foguetes em direção a Israel.
Desde outubro de 2023, o Hezbollah tem realizado bombardeios no norte de Israel, solidário aos ataques do Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza. A situação se intensificou recentemente, com bombardeios israelenses a alvos do Hezbollah em vários pontos do Líbano, incluindo a capital, Beirute. Um ataque anterior resultou na morte do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em 27 de setembro.
Israel justificou a operação terrestre como uma medida necessária para permitir que os moradores da região norte do país retornem às suas casas, após deixarem a área devido aos constantes ataques do Hezbollah.
Detalhes da Operação e Consequências
Após o início das operações, o Hezbollah lançou pelo menos dez foguetes contra Israel. Parte dos projéteis foi interceptada, enquanto outros caíram em áreas desabitadas, sem causar feridos ou danos significativos. Entretanto, no Líbano, um dos ataques israelenses atingiu um edifício utilizado como acampamento para refugiados palestinos, visando o comandante da ala militar da Fatah, grupo que controla a Cisjordânia.
Até o momento, o Hezbollah e o governo libanês não se pronunciaram sobre a operação israelense, e não há informações sobre vítimas ou feridos em decorrência dos ataques. A situação permanece tensa, e as autoridades israelenses afirmam que os ataques são direcionados a alvos que representam uma ameaça imediata ao seu território.
Apoio Internacional e Histórico do Conflito
Os Estados Unidos expressaram apoio à ação israelense, ressaltando a necessidade de ataques coordenados contra o Hezbollah ao longo da fronteira. O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, discutiu a situação com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, destacando a importância de uma resolução diplomática para garantir o retorno seguro dos civis ao norte de Israel.
Nos últimos meses, as tensões entre Israel e Hezbollah aumentaram significativamente. Em julho, um comandante do Hezbollah foi morto em um ataque israelense, desencadeando uma série de reações e represálias. Em 23 de setembro, bombardeios aéreos israelenses resultaram na morte de cerca de 500 pessoas, tornando-se um dos dias mais sangrentos desde a guerra de 2006.
Recentemente, líderes israelenses alertaram sobre a intensificação das operações contra o Hezbollah, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometendo trazer de volta os moradores que abandonaram suas casas na região fronteiriça devido aos conflitos.