Justiça nega quebra de sigilos bancário e fiscal de Jairinho e Monique

O juiz Daniel Werneck Cotta, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, negou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e de Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, de 4 anos, morto no dia 8 de março deste ano, no apartamento onde morava com a mãe e o padrasto. O laudo de necropsia do Instituto Médico-Legal (IML) indicou que a criança sofreu 23 ferimentos pelo corpo e que a causa da morte foi “hemorragia interna e laceração hepática”.

O corpo apresentava lesões hemorrágicas na cabeça, lesões no nariz, hematomas no punho e abdômen e contusões no rim e nos pulmões, além de hemorragia interna e rompimento do fígado.

Pedido

O pedido da quebra dos sigilos bancário e fiscal foi feito pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que levantou “indícios de que Jairinho estaria dissolvendo seu patrimônio para tentar deixar de pagar uma eventual indenização”.

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Na decisão, proferida ontem (3), o magistrado escreveu “que não foram apresentados mínimos indícios de presumida ocultação de patrimônio, com a finalidade de impedir o pagamento de indenização eventualmente imposta por este juízo”.

O pai do menino Henry, Leniel  Borel  de Almeida Júnior, que atua como assistente de acusação no processo, entrou na Justiça para que o casal seja condenado a indenizá-lo pela morte da criança em R$ 1,5 milhão.

Manutenção da prisão

Em julho, o juiz Daniel Werneck já tinha decidido pela manutenção da prisão  preventiva do casal. No mesmo ato, o magistrado aceitou o aditamento feito pelo Ministério Público para acrescentar o pedido de condenação dos acusados à reparação dos danos eventualmente causados pelos delitos a que são acusados em favor de Leniel Borel, em valor não inferior a R$ 1,5 milhão. 

O aditamento, no entanto, precisa seguir os trâmites da Justiça para ser confirmado. “Proceda o cartório às cautelas de praxe, trasladando-se para local próprio. Intimem-se as defesas para que, no prazo de cinco dias, ratifiquem ou complementem suas respostas, bem como rol de testemunhas e diligências, ressalvando que eventual inércia será considerada ratificação”, afirmou.

Prisão

Jairinho e a ex-companheira, Monique Medeiros  estão presos desde 8 de abril acusados de homicídio triplamente qualificado. Além da morte de Henry, o ex-vereador foi denunciado pelo Ministério Público Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) em dois casos de torturas em filhos de ex-namoradas e ainda por violência doméstica. No dia 30 de junho, Jairinho perdeu o mandato de vereador por quebra de decoro parlamentar, em decisão unânime da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.