Humorista também teve R$ 300 mil bloqueados pela Justiça de SP por conta das publicações
O humorista Léo Lins encontra-se na posição de réu, enfrentando acusações relacionadas à disseminação de conteúdo depreciativo e discriminatório contra minorias e grupos vulneráveis. A repercussão dessas ações nefastas se estendeu à retirada de seu canal no Youtube, acompanhada pela determinação da Justiça de São Paulo de bloquear R$ 300 mil em suas contas, como consequência direta de sua persistente disseminação de conteúdo preconceituoso.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) tomou a iniciativa de entrar com uma ação contra o humorista com o objetivo de suspender sua presença no Youtube, um processo desencadeado em abril deste ano. Segundo as alegações do MPSP, os vídeos compartilhados por Léo Lins retratavam atos ofensivos e degradantes dirigidos a grupos vulneráveis e minoritários, configurando crimes de ódio, preconceito e discriminação.
Conforme informações obtidas pelo g1, o MPSP apresentou uma série de pedidos, incluindo a proibição de transmitir, publicar ou distribuir arquivos com conteúdo depreciativo ou humilhante contra grupos minoritários ou vulneráveis. Além disso, foi solicitada a proibição de incorporar em suas apresentações piadas de teor depreciativo ou humilhante, bem como a remoção imediata de qualquer publicação que se enquadrasse nesse perfil.
Em maio, a Justiça acatou as solicitações do MP e determinou a imposição de uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento das ordens judiciais. A juíza do caso enfatizou que o humorista, sob o pretexto de realizar um espetáculo, estava, na realidade, promovendo ofensas contra grupos e incitando práticas criminais, incluindo aquelas de natureza sexual.
Infelizmente, Léo Lins não demonstrou disposição para cumprir as determinações legais e, em julho deste ano, a Justiça tomou medidas mais rigorosas ao bloquear R$ 300 mil das contas do humorista, além de aplicar uma multa adicional. Diante dessa situação, o g1 procurou o humorista, sem, no entanto, obter qualquer resposta até a publicação desta reportagem.
Especial retirado do ar
Em maio deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo emitiu uma ordem de retirada do especial de comédia intitulado “Perturbador”. Neste vídeo, o comediante apresenta piadas que abordam temas sensíveis como escravidão, perseguição religiosa, minorias étnicas, pessoas idosas e com deficiências.
O vídeo em questão desempenhou um papel fundamental no pedido de uma medida cautelar pelo MPSP, uma ação que foi confirmada pelo próprio humorista em suas redes sociais. Léo Lins informou que a gravação de seu show de stand-up ocorreu na cidade de Curitiba, diante de uma plateia de aproximadamente 4 mil espectadores, e que a publicação na plataforma já contabilizava mais de 3 milhões de visualizações.
Piadas discriminatórias
Léo Lins não é estranho a polêmicas, tendo se envolvido em episódios controversos anteriormente. Em agosto de 2022, a Justiça de São Paulo o condenou a pagar uma indenização por danos morais no valor de R$ 44 mil, em virtude de ofensas dirigidas à mãe de um jovem autista através de uma rede social.
No ano anterior, o humorista gerou críticas nas redes sociais ao compartilhar um vídeo contendo uma piada ofensiva sobre uma criança com hidrocefalia que residia no Ceará. A reação negativa foi imediata, com diversas pessoas manifestando seu repúdio ao comentário feito durante uma de suas apresentações.
Além disso, em 2021, a Prefeitura de Guarujá, no litoral de São Paulo, decidiu cancelar uma apresentação de Léo Lins no Teatro Municipal, alegando problemas nas instalações elétricas do local. Porém, o comediante interpretou a decisão do município como censura, alegando que o cancelamento ocorreu logo após ele ter compartilhado um vídeo contendo piadas mencionando a prefeitura.