Lula é criticado por dizer que Estados Unidos deve parar de incentivar a Guerra na Ucrânia

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O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), causou polêmica ao afirmar que os Estados Unidos e a União Europeia precisam parar de incentivar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. As declarações de Lula causaram mal-estar na Ucrânia e em apoiadores do regime de Kiev. Isso porque as declarações do presidente brasileiro vão no sentido de criticar a guerra, usando como argumento que Kiev tem algum tipo de culpa por ter sido invadida pela Rússia e ter tido parte do seu território tomado à força.

Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Volodymyr Zelensky Ukrinform/Future Publishing via Getty Images / Mariana Greif/Reuters

No entanto, é importante destacar que a Rússia invadiu a Ucrânia à força e cometeu inúmeros crimes de guerra. As denúncias vão desde genocídio até a separação de crianças de colo das suas famílias e o tráfico humano de pessoas para a Rússia. Lula chegou a dizer que “quando um quer, dois não brigam“, se referindo à Rússia e Ucrânia. O governo brasileiro ainda não visitou o país ucraniano e tem evitado fazer críticas frontais à Rússia, inclusive a chancelaria brasileira demorou a condenar a invasão da Rússia na Ucrânia durante o governo de Bolsonaro. O presidente Lula chegou a dizer que a Rússia está errada, porém, sem condená-la.

A polêmica da vez é com os Estados Unidos, criticando os EUA e a Europa e dizendo que os Estados Unidos têm que parar de incentivar a guerra na Ucrânia e que esse assunto, segundo Lula, só interessa aos Estados Unidos e à Europa. Mas será que é isso mesmo? A Europa e os Estados Unidos se colocaram ao lado da Ucrânia porque o país europeu teve seu território violado e seu direito à soberania ameaçado. O que a Ucrânia faz hoje com a ajuda dos Estados Unidos e da Europa é apenas se defender de uma injusta agressão, direito esse ratificado em acordos internacionais e nas próprias leis brasileiras.

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O governo brasileiro pode sim criticar a guerra na Ucrânia e ser contra ela e trabalhar para que termine. Porém, é importante reconhecer os atores participantes dessa atrocidade. Para um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, é necessário condenar os erros de Vladimir Putin ao invadir a Ucrânia e ameaçar um território soberano, e mais urgente ainda exigir que Putin seja responsabilizado por todos os crimes de guerra cometidos na Ucrânia. Por fim, negociar um cessar-fogo imediato, reconhecendo que só existe um criminoso, e só ele está incentivando essa guerra: Vladimir Putin.

A posição de Lula, ao minimizar a invasão russa na Ucrânia, pode gerar consequências negativas na diplomacia internacional do Brasil, já que o país sempre foi visto como um agente de paz. A fala do ex-presidente demonstra um desconhecimento ou uma ignorância proposital em relação aos fatos que estão ocorrendo na Ucrânia e podem prejudicar a imagem do Brasil no cenário internacional.

Desde a sua fundação, o Brasil tem se destacado como um país que busca a pacificação e a resolução pacífica de conflitos internacionais, além de ser um defensor ativo dos direitos humanos e da democracia. Essa postura tem sido reconhecida pela comunidade internacional e ajudou a estabelecer uma imagem positiva do Brasil no mundo.

No entanto, as declarações recentes do ex-presidente Lula em relação à invasão russa na Ucrânia podem abalar essa imagem positiva do Brasil. Ao minimizar a gravidade do conflito e ignorar as violações dos direitos humanos cometidas pelo governo russo na região, Lula pode ser visto como um apoiador tácito da agressão russa.

Essa postura pode afetar negativamente a diplomacia internacional do Brasil, uma vez que outros países podem questionar a credibilidade do Brasil como defensor dos direitos humanos e da paz. Além disso, o país pode enfrentar consequências econômicas, como sanções comerciais, se for percebido como um apoiador da agressão russa na Ucrânia.

É importante que o Brasil mantenha uma postura clara e firme em relação à invasão russa na Ucrânia, condenando as violações dos direitos humanos e buscando soluções pacíficas para o conflito. Ao fazer isso, o país reafirma seu compromisso com os valores democráticos e os direitos humanos e protege sua imagem positiva no cenário internacional.