Macron diz que assassinato de jovem pela polícia é “indesculpável”

O presidente francês, Emmanuel Macron, descreveu nesta quarta-feira (28) o assassinato de um jovem de 17 anos pela polícia durante uma blitz de trânsito perto de Paris como “indesculpável”, em raras críticas às autoridades de segurança do país, horas depois que o incidente provocou tumultos nos arredores de Paris.

Um policial está sendo investigado por homicídio por atirar no jovem que, segundo um vizinho, era de uma família de origem argelina. Os promotores dizem que ele não cumpriu a ordem de parar o carro em uma blitz na manhã de segunda-feira (27).

O Ministério do Interior pediu calma depois que pelo menos 31 pessoas foram presas em tumultos noturnos, principalmente no subúrbio parisiense de Nanterre, onde a vítima morava, com jovens queimando carros e disparando fogos de artifício contra a polícia, que jogou gás lacrimogêneo nas pessoas.

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“Temos um adolescente que foi morto, é inexplicável e indesculpável”, disse Macron a repórteres em Marselha. “Nada justifica a morte de um jovem”, afirmou, antes de pedir que o Judiciário faça seu trabalho.

Grupos de direitos humanos alegam racismo sistêmico dentro das agências de segurança na França, uma acusação que Macron negou anteriormente.

Yassine Bouzou, lawyer of the family of Nahel, a 17-year-old teenager killed by a French police officer during a traffic check in Nanterre, talks to journalists at the courthouse in Paris, France, June 28, 2023. REUTERS/Guillaume Saligot

Um vídeo compartilhado nas redes sociais, verificado pela Reuters, mostra dois policiais ao lado do carro, um Mercedes AMG, com um deles atirando contra o motorista enquanto o carro se afastava. Posteriormente, o jovem morreu devido aos ferimentos, informou a promotoria local.

“Você tem um vídeo que é muito claro: um policial matou um jovem de 17 anos. Podemos ver que o tiro não está dentro das regras”, disse Yassine Bouzrou, advogada da família.

A família apresentou uma ação legal contra os policiais por homicídio, cumplicidade em homicídio e falso testemunho, afirmou a advogada.

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