Matthew Perry, o Chandler de Friends, Revela Pedido a Deus por Fama em Nova Autobiografia

Megastar de Friends Abre o Coração Sobre Alcoolismo e Vício em Livro de Memórias Pungente

No período que antecedeu sua icônica interpretação como Chandler Bing na globalmente famosa sitcom “Friends”, Matthew Perry revelou uma prece peculiar: “Deus, você pode fazer o que quiser comigo. Apenas, por favor, me torne famoso.” Este é apenas um dos aspectos surpreendentes abordados em sua nova autobiografia, onde Perry mergulha fundo em sua trajetória de sucesso e os desafios que a acompanham, incluindo o vício em analgésicos e o alcoolismo que quase lhe custaram a vida.

No auge de seu sucesso, Perry e seus colegas de elenco na série recebiam mais de um milhão de dólares por episódio. No entanto, o livro se concentra principalmente no “Grande Terrível”, o alcoolismo e a dependência de analgésicos, incluindo OxyContin, Vicodin e Dilaudid, que o levaram a passar mais de metade de sua vida em reabilitação e a gastar mais de 9 milhões de dólares na busca pela sobriedade.

Fama veio para Perry quando ele era ainda muito jovem, por volta dos 20 anos, mas suas compulsões o levaram a sofrer de pancreatite aos 30. Em 2018, aos 49 anos, seu cólon explodiu, desencadeando uma série de eventos aterradores, incluindo uma cirurgia de sete horas com apenas 2% de chance de sobrevivência, um coma e nove meses vivendo com uma bolsa de colostomia que frequentemente rompia, cobrindo-o de fezes. A ameaça de uma colostomia permanente foi o que o fez reconsiderar sua vida.

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Além de seu desejo por fama, Perry é surpreendentemente aberto sobre sua autoestima fragilizada, seu autodesprezo e sua busca por validação. Criado principalmente no Canadá, sua infância foi marcada pela separação de seus pais quando ele era apenas um bebê, o que o deixou com sentimentos de abandono. Aos 15 anos, mudou-se para Los Angeles para viver com o pai e abandonou sua promissora carreira no tênis em favor de seguir seu talento na atuação.

Apesar de seu entusiasmo por fazer parte de “Friends” e da crença de que a fama poderia dissolver suas angústias, Perry era uma pessoa com uma personalidade viciante. Começou a consumir álcool aos 14 anos e, posteriormente, passou a consumir analgésicos em volumes alarmantes. Em 18 meses, estava tomando 55 comprimidos por dia. Ele chegou a mentir para familiares, amigos e médicos em busca de drogas, além de procurar traficantes. O livro passa a se assemelhar a um guia de unidades de reabilitação de luxo, à medida que as crises se acumulam, e o terror de Perry é palpável: “Minha mente está tentando me matar, e eu sei disso.”

Matthew Perry guarda profundo respeito por seus colegas de “Friends”, com Jennifer Aniston entrando em contato com ele e Lisa Kudrow fornecendo o prefácio do livro. De maneira irônica, ele aponta para as mudanças em seu corpo ao longo do show, atribuindo o peso ao álcool e a magreza aos comprimidos. Também compartilha detalhes de relacionamentos fracassados, incluindo seu hábito tóxico de abandonar mulheres, como Julia Roberts, para evitar ser rejeitado. Posteriormente, em encontros, ele adotou um discurso pré-preparado sobre sua indisponibilidade emocional para qualquer coisa que não envolvesse sexo.

Quanto às celebridades, Perry expressa admiração por algumas, como Bruce Willis, e críticas curiosas a outras. Refletindo sobre a morte de seu ex-colega de elenco River Phoenix, ele questiona por que pensadores originais como River Phoenix e Heath Ledger morreram enquanto Keanu Reeves ainda caminha entre nós. Em várias partes do livro, ele relata experiências angustiantes, como críticas negativas e desprezo por prêmios, ao mesmo tempo que faz alusões veladas à sua riqueza e casas multimilionárias. Perry também faz uma crítica à própria fama, afirmando que é preciso se tornar famoso para perceber que a fama não é a resposta, algo que as pessoas que não são famosas não compreenderiam verdadeiramente.

Embora Matthew Perry nem sempre pareça agradável, sua autobiografia oferece um olhar genuíno sobre os inúmeros custos do vício e um inventário honesto de suas próprias falhas. Agora com 53 anos, ele atribui o fato de estar vivo ao medo da heroína e tem como objetivos manter a sobriedade, talvez constituir uma família e escrever roteiros. Ele interpreta uma experiência com uma “luz dourada” durante uma farra de Xanax como uma intervenção divina e busca ajudar os outros.

“Friends, Lovers, and the Big Terrible Thing”, escrito por Matthew Perry, está disponível pela Headline (£25). Este livro não apenas oferece um mergulho angustiante e revelador no encontro do vício extremo com a mega fama, mas também é um testemunho de autenticidade humana, mesmo quando salpicada de brilho estelar. Ao final, a sinceridade de Perry é admirável e inspiradora.