Marcado por Problemas de Saúde, Cantor Enfrentou Desafios com o Coração, Acidente Grave e Covid
O cantor MC Marcinho, também conhecido como Príncipe do Funk, deixou sua marca no cenário musical com os inconfundíveis ritmos do funk melody. No entanto, sua trajetória foi permeada por obstáculos de saúde que, por vezes, o retiraram dos holofotes e impactaram seu caminho ascendente.
A ascensão meteórica de Marcinho ocorreu nos anos 1990, durante o auge da Furacão 2000. Seu primeiro sucesso, “Rap do Solitário”, ecoava com versos como “Amor, por que você me trata assim? / Apenas quero te fazer feliz…”. Suas letras transmitiam o cotidiano da juventude das favelas e periferias do Grande Rio, destacando um “Funk do bem”, livre de teor pornográfico ou apelativo.
No entanto, uma década após sua explosão, um trágico acidente em 2006 interrompeu seu ímpeto. Uma colisão entre a van de Marcinho e um ônibus resultou em sua hospitalização por oito meses e, lamentavelmente, duas mortes. A batalha contra lesões sérias levou-o a perder a perna e a esgotar suas economias.
A superação marcou a volta triunfante de Marcinho aos palcos, mesmo que ele estivesse confinado a uma cadeira de rodas e imobilizado após o acidente. Sua resiliência o impulsionou a retomar sua carreira.
A violência não poupou o cantor, pois em 2006, apenas meses após o acidente, criminosos atiraram quatro vezes contra o carro de Marcinho e sua família durante uma tentativa de assalto. Apesar do susto, ele manteve-se determinado.
Desprovido de visibilidade midiática, Marcinho reinventou sua carreira, encontrando fontes alternativas de renda, como apresentações em festas de aniversário, 15 anos e casamentos. Sua paixão pela música era inabalável, mesmo após enfrentar um princípio de infarto em 2019 e ser internado em 2020 devido a complicações da Covid-19.
O ano seguinte trouxe outro desafio, quando Marcinho ficou em coma durante quatro dias devido a uma infecção bacteriana no pé esquerdo, que se espalhou para seus pulmões, prolongando sua estadia hospitalar. A batalha contra problemas cardíacos também persistiu; em julho de 2021, ele precisou de um marca-passo.
Sua jornada culminou em sua última internação, em maio deste ano, quando ele passou por procedimentos para ajustar seu marca-passo. No entanto, uma parada cardíaca em julho o levou ao CTI, onde uma ECMO, um pulmão artificial, foi utilizada para manter suas funções vitais. Infelizmente, a luta de Marcinho chegou ao fim quando um coração artificial foi implantado, mas seu corpo não resistiu.
Marcinho costumava proclamar: “Diz pra mim o que seria de mim se não fosse o funk.” No entanto, sua influência e resiliência moldaram a trajetória do gênero. Sua vida foi uma prova inegável de que o universo do funk, assim como sua carreira, teria sido diferente sem a presença marcante de MC Marcinho.