Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, preso após negociações, pode ter conexões diretas com o assassinato da vereadora Marielle Franco. Entenda a trajetória do líder miliciano e sua possível relação com o crime que chocou o país.
O chefe da maior milícia do estado do Rio de Janeiro, Luiz Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, entregou-se à Polícia Federal no último domingo (24), pondo fim a uma busca que durou desde 2018. Com 12 mandados de prisão em seu nome, Zinho era considerado foragido e finalmente se apresentou na Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro após intensas negociações.
Após a prisão, Zinho foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e, posteriormente, ao sistema prisional do estado. A captura foi elogiada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, que destacou a eficiência da Polícia Federal.
As últimas operações da PF visavam prender o miliciano, e sua entrega representa um desdobramento significativo. O G1 buscou contato com a defesa de Zinho, sem sucesso até o momento. Em uma nota recente relacionada à Operação Dinastia 2, a defesa negou que Zinho liderasse a milícia, alegando falta de evidências.
Zinho assumiu a liderança da milícia em 2021, sucedendo seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, após sua morte. Antes disso, Zinho estava envolvido nas atividades de lavagem de dinheiro do grupo, especialmente na Baixada Fluminense.
Segundo revelações do G1 em 2018, Zinho era sócio da empresa Macla Comércio e Extração de Saibro, envolvida em movimentações financeiras suspeitas. A prisão ocorreu após negociações entre a defesa, a PF e a Secretaria de Segurança do Rio, contradizendo a defesa anterior que alegava falta de provas.
Em meio a esse cenário, surge a conexão entre Zinho e o assassinato da vereadora Marielle Franco. Zinho era líder da milícia na época do crime, que permanece sem esclarecimentos totais, mesmo com as prisões dos executores Ronnie Lessa e Élcio Queiroz. A motivação, segundo o colunista do UOL José Roberto de Toledo, estaria na interferência de Marielle nos planos de expansão da milícia no Rio de Janeiro.
Cinco anos após os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, as autoridades ainda buscam elucidar os mandantes e a motivação por trás do crime. A análise de Toledo aponta que Marielle teria sido assassinada por dificultar os planos de controle territorial da milícia, não apenas na Zona Oeste, mas também na possibilidade de expansão para o Complexo da Maré.
Essa revelação reforça a complexidade do caso e a intrincada rede de poder que envolve a milícia no Rio de Janeiro. À medida que Zinho enfrenta a justiça, espera-se que novas informações venham à tona, contribuindo para a elucidação de crimes que marcaram a história recente do estado.
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