O Ministério de Minas e Energia (MME) lançou hoje (16) o Plano Nacional de Energia 2050. O documento visa estabelecer cenários e alternativas de respostas que devem ser dadas pelo Executivo Federal para dar conta da demanda de energia, em uma visão de longo prazo. A íntegra do plano foi disponibilizada no site do MME.
“Visão de longo prazo é de importância para se enfrentar cenários de incerteza. PNE 2050 se apresenta como insumo valioso no momento em que se discute a retomada do crescimento após a pandemia”, ressaltou o secretário de planejamento e desenvolvimento energético, Paulo César Domingues.
No cenário mais complexo, denominado “desafio da expansão”, o Brasil teria crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima dos 3% ao ano, com uma consequente ampliação da demanda por energia para sustentar as atividades econômicas e sociais seguindo este ritmo de majoração da capacidade produtiva do país.
Neste cenário, a demanda energética pode aumentar 2,15 vezes e a necessidade de energia elétrica, até 3,3 vezes. O plano indica que o país tem como ponto positivo a abundância de recursos disponíveis.
São citados como exemplos a elevação da capacidade de produção de petróleo com o descobrimento e exploração do pré-sal, a possibilidade de produção de biomassa em um país que tem a 3ª produção agrícola do mundo e o potencial para energia eólica.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou como uma das tendências para o futuro a ampliação da presença de fontes renováveis, como eólica e solar. Ele lembrou que este tipo de geração de energia já vem crescendo no país.
“Em 2005, não se falava de eólica nem de solar. Hoje estas fontes representam mais de 10% na nossa matriz. Em 2030 elas vão corresponder a 25%. A matriz do mundo de uma forma geral será renovável e será cada vez mais limpa. E isso o Brasil é ator privilegiado. Já tem matriz elétrica de 85% limpa e renovável”, comentou.
O plano elenca uma série de diretrizes, como manter o setor energético renovável, desenvolver novas soluções de baixo carbono, limitar as emissões de energia termelétrica ao patamar atual, aproveitar recursos do petróleo, investir na eletrificação do setor de transportes, e orientar a instalação de novas usinas nucleares.
Bento Albuquerque destacou que o plano prevê a ampliação da matriz nuclear em até 10 gigawatts, mais do que o dobro do patamar atual de 4 gigawatts.
“Ou seja, novas usinas nucleares terão de ser construídas. O momento atual está mostrando isso para o país, de ter geração nuclear e que preserve nossas energias renováveis. No caso da Angra 3 estamos financiando modelo particular com BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] e acreditamos que até 2026 ela possa entrar em operação”, afirmou.