Uma moradora identificada como Letícia Marinho Salles, 50 anos, morreu em consequência do confronto entre policiais e criminosos durante uma operação integrada das polícias militar e civil no Conjunto de Favelas do Alemão, na zona norte do Rio, na manhã desta quinta-feira (21). Segundo parentes que a acompanhavam, o carro em que estavam foi alvejado por um policial. No momento do disparo, o veículo estava parado em um sinal de trânsito após terem saído da comunidade.
O namorado Denilson relatou, que depois de atingida, Letícia se curvou na direção dele que estava ao seu lado. Jaime Eduardo, primo de Denílson, foi ferido de raspão no pescoço. A família levou Letícia para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão, mas ela não resistiu e morreu.
“Deram um tiro em uma mulher trabalhadora que está morta por um despreparo policial”, disse Jaime Eduardo em um vídeo publicado nas redes sociais do jornal comunitário Voz das Comunidades.
“E agora o que vai falar para a família que está lá dentro chorando? O que vou falar para a filha que está lá chorando? O que vou dizer para o neto que está lá chorando?”, completou Jaime.
O porta-voz da Polícia Militar (PM), tenente-coronel Ivan Blaz, informou que o caso está sendo apurado pela Delegacia de Homicídios. “A PM vai contribuir em tudo que for necessário para elucidar este caso”, disse à Agência Brasil.
Além da mulher, dois suspeitos e um policial militar morreram na operação na comunidade. Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar lamentou a morte do cabo Bruno de Paula Costa ocorrida na manhã de hoje.
“O policial militar estava trabalhando e ficou ferido quando a base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília foi atacada por criminosos em retaliação à operação que acontece no Complexo do Alemão, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Ele foi levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, no entanto, não resistiu ao ferimento” informou.
Segundo a secretaria, o cabo tinha 38 anos de idade e ingressou na corporação em 2014. Bruno de Paula era casado e deixou dois filhos portadores do espectro autista. “Até o momento, não temos confirmação de horário e local do sepultamento”.
Em protesto à operação, vários motoqueiros fizeram uma manifestação em uma das entradas do Conjunto de Favelas do Alemão. A passagem deles foi barrada por policiais armados.
Unidades de Saúde
Ainda devido ao confronto no Alemão, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), as Clínicas da Família Zilda Arns e Rodrigo Roig, instaladas na região; a Clínica da Família Ana Maria Conceição dos Santos Correia, na região do Juramento e as Clínicas da Família Bibi Vogel e Herbert de Souza, a Policlínica Rodolpho Rocco e o Centro Municipal de Saúde (CMS) Ariadne Lopes De Menezes, na região do Juramentinho, “acionaram o protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários estão com funcionamento suspenso na manhã desta quinta-feira”.