Morre Rita Lee, aos 75 anos, vítima de câncer de pulmão

Legado de Rita Lee é celebrado após sua morte aos 75 anos, vítima de câncer de pulmão

Diagnosticada com câncer de pulmão em 2021, a cantora e compositora vinha fazendo tratamentos para a doença. Com quase 60 anos de carreira, Rita Lee incorporou a revolução do rock à explosão criativa do tropicalismo e formou a banda brasileira de rock mais cultuada no mundo, os Mutantes. Além disso, a artista criou canções na carreira solo com enorme apelo popular sem perder a liberdade e a irreverência. O título de “rainha do rock brasileiro” veio quase naturalmente, mas ela preferia ser chamada de “padroeira da liberdade”.

Rita Lee Jones nasceu em São Paulo em 31 de dezembro de 1947. Aos 16 anos, ela integrou um trio vocal feminino, as Teenage Singers, e fez apresentações amadoras em festas de escolas. O cantor e produtor Tony Campello descobriu as cantoras e as chamou para participar de gravações como backing vocals. Em 1964, ela entrou em um grupo de rock chamado Six Sided Rockers que, depois de algumas mudanças de formações e de nomes, deu origem aos Mutantes em 1966.

Os Mutantes foram fundamentais no tropicalismo, ao unir a psicodelia aos ritmos locais, e se tornaram o grupo brasileiro com maior reconhecimento entre músicos de rock do mundo, idolatrados por Kurt Cobain, David Byrne, Jack White, Beck e outros. O trio acompanhou Gilberto Gil em “Domingo no parque” no 3º Festival de Música Popular Brasileira da Record, em 1967, e Caetano Veloso em “É proibido proibir” no 3º Festival Internacional da Canção, da Globo em 1968, dois marcos da tropicália.

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Rita fez parte dos Mutantes no período mais relevante e criativo da banda, de 1966 a 1972. Gravou cinco álbuns com a banda, incluindo “Os Mutantes” (68) e “A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado” (70), que se tornaram ícones da música brasileira. O fim do relacionamento com Arnaldo Baptista coincidiu com a saída dela dos Mutantes. Seu primeiro álbum solo, “Build up”, foi lançado ainda antes de deixar a banda, em 1970, seguido por “Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida” em 1972.

A carreira solo de Rita Lee tomou forma com o grupo Tutti Frutti, no qual ela gravou cinco álbuns, com destaque para “Fruto proibido”, de 1975, que tinha a música “Agora só falta você”. A partir de 1979, ela começou a trabalhar em parceria com o marido Roberto de Carvalho e se firmou de vez na carreira solo. Ela escreveu e gravou canções de pop-rock com grande sucesso, como “Mania de Você”, “Chega mais”, “Doce Vampiro” e “Lança perfume”. Um dos álbuns mais bem-sucedidos foi “Rita Lee”, de 1979.