Ela segue internada em tratamento, sem previsão de alta médica
A mulher de 33 anos que teve relações sexuais com o morador de rua Givaldo Alves sofre de “transtorno afetivo bipolar em fase maníaca psicótica”, segundo o laudo emitido em 15 de março por um médico psiquiatra do Hospital Universitário de Brasília (HUB). Ela segue internada e sem previsão de alta médica. Segundo o relatório, a paciente está em tratamento psicofarmacológico e em terapia antirretroviral profilática. “Aguardamos ainda a melhora clínica da paciente”, diz documento.
Ela deu entrada no HUB um dia antes do laudo ter sido assinado. O caso envolvendo a mulher, o seu marido Eduardo Alves e Givaldo aconteceu no dia 9 de março. No dia 10, Eduardo a levou no Hospital de Base, onde inicialmente os psiquiatras perceberam que havia alterações de comportamento.
Segundo o Metrópoles, que teve acesso ao documento, o médico do HUB listou, entre os sintomas apresentados pela mulher, “alucinações auditivas, delírios grandiosos e de temática religiosa, hipertimia, falso reconhecimento, comportamentos desorganizados e por vezes inadequados”. O código usado para especificar o quadro clínico foi F31.2 CID-10, na Classificação Internacional de Doenças (CID).
Ainda de acordo com o documento, o profissional de saúde aponta outros comportamentos que ela poderia ter dentro do atual quadro de saúde. “Gastos excessivos, doação de seus pertences, resistência em se vestir e hiperreligiosidade”.
No laudo, o psiquiatra conclui que a esposa do personal trainer Eduardo Alves “não é capaz de responder por si, tampouco de exercer vários atos da vida civil; em especial o de assinar documentos e procurações, assim como de celebrar contratos ou contratar serviços de qualquer natureza”.
“Na avaliação clínica de hoje [15 de março], percebemos quadro de taquipsiquismo com hipervigilia, hipertimia, comprometimento da crítica e conteúdo delirante, traduzindo-se em prejuízo do discernimento, de sua autonomia e autodeterminação, motivo pelo qual se optou pelo regime de internação involuntária”, escreveu o médico.
A Justiça havia pedido, na quinta-feira (24), um laudo sobre o estado de saúde da mulher para nomear outra pessoa para representá-la no processo que corre sobre o caso. Segundo dados médicos, em 2017 a mulher apresentou síndrome depressiva reativa e em 2018 teve “estado de aceleração mais atenuado”.
Caso
O episódio, que aconteceu no dia 9 de março, começou quando Sandra saiu de casa com a sogra para uma ação de caridade, promovida pela igreja evangélica que as duas frequentavam, em Planaltina.
A mãe do personal trainer teria dito que, horas antes, Sandra teria dado uma Bíblia para um morador de rua. Posteriormente, Sandra teria saído de casa novamente, e o marido foi à sua procura.
Lá, ele flagrou a mulher tendo relações sexuais com um morador de rua, dentro do próprio carro. Eduardo Alves agrediu, então, o sem-teto. “Eu conheço a Sandra, não é da índole dela. Temos um relacionamento de 3 anos. Durante esses anos, não teve um caso dela ter surtado”, disse Alves, apontando que a mulher não fazia uso de nenhum medicamento.
Sandra havia começado a frequentar a Igreja três dias antes do incidente, de acordo com o relato do homem. Em um áudio obtido pelo Globo, a mulher afirma que enxergava o morador de rua ora como Eduardo, ora como Deus.
Eduardo Alves se diz preocupado com a honra e com a saúde da mulher, que passou a ser alvo de chacota. Ele diz ter deletado os seus perfis das redes sociais.
A Polícia Civil investiga o caso em sigilo, de acordo com o delegado Diogo Cavalcante, da 16ª DP de Planaltina.
Fonte: Correio 24 Horas