Ocorrência registrada na estação Rua 36, no Brooklyn, não é investigada como terrorismo; homem negro considerado suspeito é procurado pela polícia
NOVA YORK — Um ataque a tiros deixou pelo menos 16 feridos, dos quais 10 foram baleados, no metrô de Nova York, nos Estados Unidos, nesta terça-feira. Cinco vítimas estão em estado crítico, mas estável. O crime aconteceu na estação Rua 36, no bairro Sunset Park, na região do Brooklyn, por volta de 8h30, hora de maior movimento no transporte.
Na primeira entrevista coletiva sobre o caso, a polícia informou que a ocorrência não está sendo investigada como um ataque terrorista, mas ainda não sabe o que teria motivado o ato de violência. Investigadores estão procurando um suspeito. Ele foi identificado como um homem negro que usava máscara de gás, colete laranja e camisa verde escura — traje semelhante ao usado por trabalhadores da construção civil.
A polícia disse que a fumaça vista na estação foi provocada por uma bomba de fumaça, e não por um dispositivo explosivo. O autor do ataque lançou o artefato e começou a atirar de dentro de um vagão do metrô. Vídeos postados em redes sociais mostraram as pessoas fugindo de um vagão para a plataforma da Rua 36, enquanto a fumaça tomava conta do local.
A governadora do estado de Nova York, Kathy Hochul, aconselhou os nova-iorquinos a permanecerem “vigilantes e alertas”, dizendo que “esta é uma situação de atirador ativo agora na cidade de Nova York”.
O local do ataque
Uma passageira identificada com Claire disse ao New York Post que estava em um trem da linha N, com destino a Manhattan, quando testemunhou o ataque.
— Houve tantos disparos que perdi a conta — contou.
Patrick Berry, de 41 anos, disse que estava esperando na estação Rua 25 quando um trem da linha R chegou por volta das 8h30. Ele e sua filha de 3 anos embarcaram, mas o trem não se moveu.
— Então, de repente, da frente do trem, ouvi pessoas gritando: “Corra, corra, corra! Vá, vá, vá!”. E então todas essas pessoas passaram correndo pelo nosso vagão, e eu me senti como, “Oh, meu Deus, isso é uma debandada” — disse Berry. — As pessoas começaram a empurrar por trás. Então eu peguei minha filha e nós corremos também.
O Departamento de Polícia isolou toda a área e pediu que moradores evitem a região. Dezenas de agentes estão no local. A circulação de trens nas linhas D, N e R foi afetada. Oito pessoas estavam sendo tratadas no Hospital NYU Langone-Brooklyn, disse uma porta-voz do sistema hospitalar. Elas haviam sofrido ferimentos a bala e inalado fumaça — todas em condições estáveis.
Uma porta-voz do Centro Médico Maimonides, no Brooklyn, disse que cinco pessoas estavam sendo tratadas lá, duas delas com ferimentos de bala. Outro hospital no Brooklyn disse apenas que estava tratando três pacientes feridos no tiroteio.
Na esquina da Quarta Avenida com a Rua 35, dezenas de viaturas policiais se estendem por quatro quarteirões. Ao menos dois helicópteros também estão no local.
— Vimos uma ambulância saindo com uma maca com uma pessoa que estava ferida na perna — contou Silvana Guerrero, que estava no local. — Depois vimos mais duas ambulâncias chegando.
O presidente Joe Biden foi informado sobre o tiroteio e o prefeito Eric Adams, que testou positivo para Covid-19 no domingo, também monitora a situação.
— Não permitiremos que os nova-iorquinos sejam aterrorizados, nem mesmo por um único indivíduo — disse Adams, um ex-policial, em uma mensagem de vídeo. — O Departamento de Polícia de Nova Iorque está procurando o suspeito, e vamos encontrá-lo.
Os tiroteios na cidade de Nova York aumentaram este ano e os crimes violentos com armas têm sido o foco central do prefeito Adams desde que assumiu o cargo em janeiro. Até 3 de abril, os incidentes com tiros aumentaram de 260 para 296 em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo estatísticas do Departamento de Polícia.
Fonte: O Globo com agencias internacionais